Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana

Verbete-M Mangalô

Originário da África o Mangalô ou Lablab purpureus(L) seu nome cientifico é uma leguminosa anual ou bianualherbácea, com inflorescência de rácemos axilares pedunculados, flores de cor branca, rosada ou violácea o termo “Mangalô” vem do Quicongo de uma planta, MA′NGOLO′NGOLO, usada em rituais de umbanda que deve ser utilizada para limpar o ambiente, trocando em miúdos, a expressão é praticamente uma versão do famoso “vai de retro, satanás”. 

A mistica sempre esteve presente na cultura alimentar, quem não ouviu o dito popular "pé de pato, mangalô três vezes" quando queriam isolar corpo e os maus pensamento.





O Mangalô, chegou a Bahia, através do africanos e se adaptou com facilidade no nordeste brasileiro, mas é consumido em várias regiões do mundo. 

É uma PANC (Plantas Alimentícias não Convencionais) espécie de trepadeira semelhante a ervilha-torta, com um sabor bem diferente.
Por apresentar um leve amargor, os grãos devem ser aferventados antes de serem cozidos em definitivo.

Além do consumo de grãos as favas também são consumidas.

No Brasil é popularmente conhecido como feijão-farinha,fava-belém,orelha-de-padre ou mangalô-amargo,podendo ser consumido ainda na fava ou em grãos já maduros.
Devidamente preparado são saborosos e aromáticos, incrementando saladas, sopas e ensopados. 
Se adaptam melhor em regiões quentes e úmidas,
reproduzidos através de semeio.

Embora se adapte a diferentes condições ambientais,
desenvolvem-se melhor em regiões quentes e úmidas, em solos bem drenados e férteis. 
Para retirar o grau de amargor é necessário aferventar os grãos antes de cozinhá-los em definitivo.
De fácil plantio e muito resistente a pragas, essa leguminosa contém lectinas, responsáveis pela formação dos anticorpos.

Mangalô do Recôncavo
Este prato é preparado com embutidos da região do Recôncavo, muitos relatos sobre a produção de Mangalô, nos quilombos da região, em Cruz das Almas e São Feliz. 










Chouriço do Recôncavo Baiano: 
Um embutido tipico desta região significativa do litoral baiano, tem um sabor muito peculiar,temperado com cominho e pó de pimentão e cúrcuma,conferi um sabor espacial as preparações alem de ser defumado.
Tradicional feira de Cachoeira

Para a cultura Hindu, o "Avarekaalu" ou Feijão Jacinto em Bangalore é sinônimo de alegria e fartura.


Na Índia cozinhar o Mangalô é um ritual familiar
entre as mulheres. 
Nenhuma conversa pode começar sem ", Yenu adige?" (O que você tem feito para o almoço?). 
O avarekaai, é uma questão de grande orgulho e na época da safra. Entrar em qualquer mercado Mallwswaram e sera capaz de identificar pilhas de averekaai, sendo vendidos.

O averenkaai, se desenvolve melhor, em solos bem drenados e férteis. É empregada, com êxito, como adubação verde, para restauração de terras pobres; sendo, também, utilizada como forragem nos meses de inverno. Não tolera o fogo e o frio excessivo.

Receita do Saaru.
Cozinhe o Avarekaalu com 1/2 colher de chá de Jeera na panela até ficar suave. 

Drenar quase toda a água dos feijões cozinhados. 
Moer o coco, acrescentar o Rasam em pó, 1/2 colher de chá de sementes Jeera, as sementes de coentro, algumas folhas de curry e um 1/4 de copo do avarekaalu preparados com uma pasta fina. 

Adicione a pasta de feijão cozido e adicione água para torná-lo fino quanto necessário. 
Adicione o açafrão em pó, tamarindo e sal.
A partir dai se chama SAARU, ponha para ferver em fogo baixo. Tempere com as sementes de mostarda, as folhas de curry e asafetida em óleo quente, e adicioná-lo à SAARU.

Nomes comuns: Rongai dolichos, lab-lab bean (Austrália) poor man's bean, Tonga bean (Inglaterra), lubia (Sudan), batao (Philippines), Lablab (Brasil), frijol jacinto (Colômbia), quiquaqua, caroata chwata (Venezuela), poroto de Egipto (Argentina), dolique lab-lab, dolique d'Egypte (França), fiwi bean (Zambia), chicarros, frijol caballo (Puerto Rico), gallinita (México), frijol de adorno (El Salvador), wal (Índia).

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