Ministra fala sobre agricultura familiar durante conferência

O fortalecimento da agricultura familiar e o combate ao sobrepeso e à obesidade foram os principais assuntos apresentados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, durante a 5ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar.
Foto: Margarida Neide
O evento teve início na manhã de quarta-feira, 26, no Hotel Fiesta, no bairro  Itaigara, e segue até sexta, 28. O tema é 'Comida de Verdade no Campo e na Cidade: por Direitos e Soberania'.
Segundo a ministra, o setor público tem como meta comprar 30% dos alimentos produzidos por pequenos agricultores, percentual mínimo já exigido para a merenda escolar.
Além da compra por parte da administração pública, ela defendeu que o setor privado adote a iniciativa: "Não há por que não comprar. Ganha todo mundo. Fortalece a agricultura familiar, os assentamentos, os extrativistas, pescadores e também coloca alimento saudável na boca do nosso povo".
A ministra também lembrou que o combate à obesidade é um grande desafio a ser debatido. "Dados do IBGE mostram que 32,3% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante. E mais da metade da população adulta tem excesso de peso", pontuou.
Agrotóxicos
Membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o gaúcho Irio Conti alertou para os riscos de consumir alimentos ultraprocessados (enlatados ou em conserva), transgênicos e os que levam agrotóxicos.
"A grande quantidade de câncer e das doenças cardiovasculares tem relação bastante próxima e direta com o consumo desses alimentos. E o Brasil é campeão mundial em consumo de agrotóxicos per capta, inclusive dos que já foram banidos de outros países, como o 2-4-D", disse.
Para Conti, que também é membro do Fian Internacional e doutor em desenvolvimento rural, falta legislação mais consistente para regular o uso dos produtos com agrotóxicos e transgênicos, tanto no âmbito federal quanto no estadual.
A superintendente de Inclusão e Assistência Alimentar do Estado, Rose Pondé, mostrou o quanto o estado avançou em políticas públicas, desde 2007. "Temos hoje, na Bahia, em torno de 20 mil agricultores familiares beneficiados pelo Programa de Aquisição de Alimentos e cerca de três mil no Programa de Aquisição de Leite".
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Substitutos para a gordura trans
Por Raul von der Heyde*
O consumo de óleos e gorduras tem sido alvo de inúmeros estudos e pesquisas nos últimos anos. Em conseqüência, a comunidade científica tem proposto que o consumo de gorduras monoinsaturadas e ácidos graxos ômega-3 tenha preferência sobre o consumo de gorduras saturadas e que seja feito um controle rigoroso na ingestão de gorduras trans.
A gordura trans, obtida a partir da hidrogenação de óleos vegetais ricos em ácidos graxos poliinsaturados, tornou–se
nos últimos anos a grande vilã da alimentação.
Seu consumo sempre esteve presente na alimentação humana a partir de alimentos provenientes de animais ruminantes, mas sua ingestão registrou um significativo crescimento a partir da década de 60, quando a indústria de alimentos passou a utilizá-la em larga escala, para melhorar a consistência e aumentar o prazo de validade de muitos alimentos. 
A produção industrial de bolos, pães, pipocas de microondas, sorvetes, biscoitos, batatas fritas, e margarinas contemplam em suas fórmulas, a gordura trans.
Em estudo publicado na década de 90, a comunidade científica foi alertada para os efeitos adversos do consumo de gordura trans. Hoje, é consenso que o seu consumo eleva o LDL colesterol, e reduz o HDL colesterol e aumenta os triglicerídeos  sanguíneos, contribuindo, desta forma, para a elevação da mortalidade cardiovascular.
Não há recomendação para o consumo diário de gordura trans, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe que o seu consumo não ultrapasse 2g diárias. Em função da pressão contra o consumo de gordura trans, os fabricantes de alimentos buscam alternativas para a sua substituição, sem comprometer a qualidade dos produtos. Entretanto, esta não é uma tarefa muito simples, pois em muitos casos, será necessário alterar as formulações dos produtos. Uma das alternativas adotadas é a da utilização de gordura interesterificada, processo que solidifica os óleos vegetais, sem a necessidade de hidrogená-los, portanto , sem formar gorduras trans. Outra alternativa é a da utilização do óleo de palma, que, mesmo hidrogenado, não se transforma em gordura trans. A utilização em maior escala destas alternativas pela indústria de alimentos esbarra no seu custo, tornando necessária a readequação das formulações.
Não há dúvida, apesar das dificuldades, que mais cedo ou mais tarde todas as indústrias que utilizam gordura trans em suas formulações terão que adaptar-se, eliminando-a de seus produtos.
*Raul von der Heyde é nutricionista e presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região - Paraná

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