O Mar de Cristal da família Blaschka


Os minuciosos modelos zoológicos realizados no século XIX para uso científico por artistas vidreiros originários da boémia estão hoje dispersos por museus de todo o mundo.


Estas esculturas de vidro de criaturas do fundo do mar foram feitas por Leopold Blaschka (1822-1895) e seu filho Rudolf Blaschka (1857-1939), artistas de vidro alemães de Dresden, Alemanha.

Ao longo de cinquenta anos, de 1886 a 1936, os Blaschkas produziram 4.300 modelos de vidro, preparados à mão, quase dez mil modelos de setecentas espécies de polvos, medusas e anémonas, entre outras.

O fascínio pela história natural, sobretudo pelo mar, cresceu em meados do século XIX, mas as criaturas marinhas eram difíceis de obter e preservar.
Os modelos realistas dos Blaschka tiveram muita procura entre cientistas, naturalistas e curadores de museus. Não só constituíam estupendas ferramentas de ensino, mas também objectos de arte.incluindo 780 espécies de plantas diferentes. Os modelos fazem parte da coleção Ware de modelos de plantas de vidro Blaschka da Universidade de Harvard, mais conhecidas como “Flores de vidro”.
Descendente de uma família de artistas vidreiros, Leopold conseguia criar tendões com fios de seda e pólipos que pareciam gotas de orvalho. As técnicas específicas utilizadas na criação das criaturas de vidro nunca foram completamente reproduzidas. Para garantir o rigor anatómico das criaturas marinhas, os Blaschka trabalharam com ilustrações, espécimes reais e, mais tarde, criaturas vivas mantidas em aquários domésticos.

Algumas esculturas que começaram por ser auxiliares de estudo, sob a luz do candeeiro, ainda hoje são usadas por educadores. No entanto, a obsolescência relegou muitas para os acervos dos museus até serem redescobertas pelo seu singular valor artístico e exibidas em colecções e museus. Quando descobriu o paradeiro dos espécimes, Guido Mocafico recorreu à fotografia para despertá-los e dar-lhes vida, brilhando num mar negro.











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