Pão-de-Ló de Amendoim

O amendoim (em tupi, “Mani”, que significa enterrado) é um alimento popular em todas as regiões do Brasil, e pode ser consumido tanto doce como salgado. 
A semente faz parte da cultura brasileira, e é ingrediente principal de muitas receitas tradicionais, como paçoca, pé-de-moleque, bolos e até sorvetes. Embora sua origem não seja certa, há relatos de que o amendoim tenha surgido na América do Sul.
Alguns especialistas acreditam que a leguminosa foi descoberta no Brasil ou tenha surgido na região do Gran Chaco, localizada entre o Paraguai, norte da Argentina e Peru. Porém, há documentos de 3.800 a.C. a 2.900 a.C., que afirmam que a semente surgiu ao leste dos Andes, onde era muito utilizada pelos indígenas. Outra informação que se perdeu na história é quando o amendoim começou a ser utilizado. De acordo com Evaristo Eduardo e Miranda, chefe geral da EMBRAPA Monitoramento por Satélite, ele foi descoberto e explorado bem antes de os atuais índios surgirem. Pesquisas dão conta de que, num passado remoto, os chineses já eram grandes cultivadores da planta. Nessa linha, trabalhos artesanais muito antigos, como potes e vasos de barro no formato do amendoim, demonstram que os povos sul-americanos também conhecem a leguminosa há tempos. Mais um fato interessante é que amendoins foram encontrados nos túmulos dos incas, para que, seguindo a crença, os mortos pudessem se alimentar durante a passagem para “o outro lado”. Para o mundo
Sua difusão para o mundo se deu no século 16, quando os espanhóis chegaram à América. Liderados por Cristovão Colombo, os colonizadores se encarregaram de levar a novidade para Europa, Ásia e África.
Por volta de 1560, a semente foi introduzida na África Ocidental, e no início do século 17, a planta do amendoim já era comum em toda região tropical oeste do continente africano. A expansão aconteceu também com a ajuda dos escravos, que, quando conduzidos à América do Norte, levaram com eles o amendoim. A leguminosa foi até emblema da Geórgia, nos Estados Unidos. No século 18, o amendoim, chamado na época pelos norte-americanos de “nozes da terra” ou “ervilhas da terra”, foi matéria de muitos estudos botânicos, sendo considerado excelente alimento para porcos. No fim da primeira década do século 19, ele já era plantado na Carolina do Sul e usado como alimento e substituto do cacau, devido a seu óleo. As primeiras colheitas comerciais apareceram em 1818, na cidade de Wilmington, na Carolina do Norte. A cultura do amendoim já estava presente em todos os estados sulistas e, em 1860, com a Guerra de Secessão, foi dado o primeiro aumento notável do consumo norte-americano. Na metade do século 19, os amendoins torrados e grelhados passaram a ser vendidos na rua, em jogos de beisebol e circos. Os vendedores ambulantes que gritavam “hot roasted peanuts” foram ouvidos pela primeira vez nas apresentações do Circo Barnum e, assim, o desejo pelo produto se propagou por todos os Estados Unidos junto às viagens da caravana. A produção cresceu e os amendoins continuavam a ser colhidos e processados manualmente; porém, a falta de qualidade, uniformidade e os custos elevados mantinham a demanda em níveis baixos.
George Washington Carver (1860-1943), botânico, cientista e agrônomo norte-americano, implementou o sistema de rotação de culturas entre as plantações de algodão e amendoim, no sul dos Estados Unidos. Apareceram, então, os primeiros equipamentos que permitiram maior mecanização das colheitas, com a consequente redução de custo. Carver ainda mostrou que mais de 300 alimentos podiam ser derivados do amendoim. Durante a depressão econômica nos Estados Unidos (1930), as autoridades americanas estimularam o desenvolvimento de produtos que propiciassem suplemento alimentar altamente proteico à população, principalmente às crianças. Um desses produtos foi uma manteiga feita de amendoim (peanut butter).
O sucesso foi tão estrondoso que a manteiga de amendoim acabou se tornando hábito nacional, inclusive em substituição à manteiga tradicional, no café da manhã.
Em 1938, a indústria do amendoim nos Estados Unidos já era um negócio de mais de US$ 200 milhões. Atualmente, o país é o terceiro no ranking de produtores da semente, e em 2009, gerou mais de 2 milhões de toneladas.
Amendoim no Brasil
O Brasil já produziu grandes volumes de amendoim. Na década de 1970, o país atingiu a marca significativa de 1 milhão de toneladas. Desde então, os números caíram, principalmente porque produtores o trocaram pela soja. Seu cultivo, porém, voltou a ser expressivo a partir de 1995.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produziu, na safra de 2010/2011, 242,3 mil toneladas de amendoim. O cultivo da semente é feito em todo país, mas São Paulo é responsável por 80% da produção nacional.
Em 2010, o Brasil exportou 54 mil toneladas da semente, o equivalente a 22% da produção. O restante é utilizado no mercado interno e sua destinação concentra-se na área de confeitos, salgadinhos e doces. A paçoca e o pé-de-moleque, ambos preparados à base de amendoim, são verdadeiros ícones da cultura popular, com grande aceitação de norte a sul do país. A paçoca, palavra de origem tupi que significa esmigalhar, surgiu no período colonial do Brasil, mas os povos indígenas já faziam misturas com a farinha de mandioca antes da chegada dos portugueses. Os ingredientes são amendoim, farinha de mandioca, açúcar e sal.
Muito popular no estado de São Paulo, principalmente na região do Vale do Paraíba, a paçoca costuma ser consumida o ano todo, mas a procura é maior durante as festas juninas. Essas celebrações, aliás, fazem parte da cultura brasileira. Além das danças e brincadeiras, são tradicionais pela comida.

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Pão-de-Ló de Amendoim
Ingredientes:
6 ovos
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de amendoim torrado e moído
2 colheres de farinha de trigo
4 colheres de farinha de rosca (não vai fermento)

Modo de Preparo:
Bata as claras em neve
Depois coloque as gemas, o açúcar, bata bem
Adicione os demais ingredientes (o amendoim por último)
Se quiser recheie com doce de leite deixe assar por mais ou menos 1 hora

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