Brasil começa a dar valor ao Enoturismo no Sertão - A Rota do Vinho no Vale do São Francisco

Enoturismo é um segmento da atividade turística que se baseia na viagem motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e cultura da localidades que produzem esta bebida. 

O enoturismo envolve o visitante na cultura e nos detalhes da bebida. É uma atividade que não se refere exclusivamente ao espaço rural, há inúmeros roteiros enoturisticos urbanos. Da mesma maneira, o enoturista não é, necessariamente, consumidor de vinhos, é interessado na produção e cultura que poderá se tornar consumidor.
Em meio à caatinga, com características peculiares e solo único, onde muitos ainda acham impossível nascer algum tipo de vegetação,estão algumas das maiores e melhores vinícolas produtoras de vinho do Brasil, cuja qualidade têm reconhecimento mundial
As melhores e mais avançadas vitivinícolas do Brasil estão justamente em uma região onde era inimaginável pensar que seria possível produzir algo no gênero. Mas, é de lá, do Vale do São Francisco, no Estado de Pernambuco, que saem alguns dos melhores vinhos, espumantes e sucos de uva do país e do mundo. Hoje, a área produz quase três safras por ano, sendo a segunda na produção de vinhos finos no Brasil, elaborados a partir de uvas vítis viníferas, também conhecidas como européias.
A safra anual brasileira deste tipo de vinho está em torno de 40 milhões de litros, sendo que 7 milhões são provenientes da região (15% da produção nacional - única região do mundo que produz vinho o ano todo).
No Vale, os vinhos são produzidos nas vinícolas instaladas nos municípios pernambucanos de Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, e no de Casa Nova, na Bahia. 
A qualidade do vinho atrai brasileiros de todas as partes. 
E muitos produtores gaúchos e até do Exterior já estão estabelecidos ali há alguns anos. O Vale se transformou em um polo de desenvolvimento tecnológico da fruticultura irrigada, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio de sua unidade descentralizada, a Embrapa Uva e Vinho, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Para favorecer ainda mais este desenvolvimento, prefeituras e governo dos estados criaram políticas de incentivos fiscais aos investidores. As fazendas no entorno do rio passam a ser altamente produtivas. Petrolina passou a ser a o grande ponto de negócios/escoamento da produção das frutas do sertão semiárido. A região também passou a explorar o turismo de negócios, despertando a atenção de profissionais nacionais e internacionais interessados em conhecer de perto o processo de produção, as tecnologias empregadas e provar o excelente resultado final, ou seja, os diferentes tipos de vinhos.
E quem escolher a região como seu próximo destino de viagem poderá desfrutar de um turismo cultural, gastronômico e ecológico diferenciado.
Para o leigo, é uma oportunidade de se familiarizar com nomes de castas de uvas que incluem Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chenin Blanc, Petite Syrah, Tannat e Brut, a partir das quais são produzidos os vinhos e saber, com precisão, detalhes de cada uma delas. Mas, circular por esta Rota dos Vinhos no Vale do São Francisco vai ajudá-lo a conhecer melhor, apurar o seu paladar e aprender a degustar essa “bebida dos Deuses”.

O roteiro é, no mínimo, sedutor. Começamos na Embrapa, onde fica o Centro Tecnológico da Uva e do Vinho e se desenvolvem as pesquisas para o aprimoramento da qualidade das videiras, percorrendo, posteriormente, uma trilha de 300 metros que mostra a diversidade da flora e fauna da Caatinga.
A riqueza da Caatinga - O Sertão virou um oásis e inseriu o Vale de São Francisco no mapa do Enoturismo mundial
Repleto de contrastes, o Sertão de Pernambuco abriga a caatinga e terras irrigadas que, por serem férteis, produzem frutos de alta qualidade exportados para o mundo inteiro, entre as quais a manga, goiaba e a uva. Essa para mesa ou produção de vinhos. As fazendas irrigadas são responsáveis por 30% das exportações de frutas brasileiras, empregando diretamente 30 mil pessoas. Da região saem 99% da uva de mesa comercializada em todo o Brasil.
Ao contrário do que se pensa, quando vemos a vegetação da Caatinga, esse bioma é extremamente rico e resistente. De suma importância para a região, esse bioma é representada por 2.500 espécies, das quais 300 são exclusivas deste ecossistema.
Observando a fauna e flora da região, encontramos plantas medicinais, das quais são aproveitadas as folhas, cascas, frutos e sementes, e plantas que servem de alimento à fauna local – forrageiras e frutíferas – além de outras espécies que ajudam na renda e sobrevivência do povo nordestino, incluindo árvores madeireiras e outras de onde são extraídos óleo, fibras e cera.

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