Matéria descreve preceitos culinários, que até bem pouco tempo, não teriam relevância no glamuroso universo gastronômico, o que mudou?.

Os adágios populares são fontes inesgotaveis de informação sobre hábitos e comportamentos tradicionais, esse material sensível, nós permite identificar e compreender as transformações alimentares, em uma sociedade ao longo de sua história, e de como nossa forma, e hábitos alimentares, sofrem impacto decisivo na sua estruturação, acomodando novos sentidos, rechaçando outros, de forma a adaptar-se segundo esses novos princípios.

A fonte da matéria é o jornal inglês The Guardian, a matéria descreve preceitos culinários, que até bem pouco tempo, não teriam relevância no glamuroso universo gastronômico.

Diz a matéria: "Guarde sempre a gordura! Chefs em 20 maneiras divertidas e saborosas de incrementar sua comida sem gastar muito, quer se trate de cascas de queijo ou da água de cozimento das batatas, veja como usar ingredientes que poderiam ser jogados fora"

Observando o enunciado, veremos significativas mudanças a partir de práticas sustentáveis, condizentes com novos tempos, mas que nós permite observar uma disputa entre dois campos do conhecimento, de um lado, a gastronomia tentando se afirmar como espaço de valorização de elementos da alimentação cotidiana, trazendo a luz, novos padrões de consumo, que seria virtualmente um espaço de atuação, e atenção por parte da cultura alimentar.

Por exemplo: muitas práticas das culinárias tradicionais foram abandonadas e rejeitadas pelos mais jovens, em função de não serem aceitáveis, mas que hoje, são aceitas, e até recomendáveis isso demonstra, que esses conhecimentos e saberes, no fundo estavam conectadas com o que hoje entendemos como práticas sustentáveis. 

Mudam os tempos, mudam as formas de ver, essa é mais uma comprovação da minha tese, sobre como o termo "gastronomia", induz ao sujeito, à não refletir sua realidade social, sobre seu lugar como sujeito social tranformador, sem criar uma consciência sobre a essencia dos verdadeiros e necessários objetivos da sustentabilidade, da busca por uma soberania alimentar e nutricional capaz de fazer frente ao drama da fome e da justiça social, uma clara apropriação dos conceitos de cultura alimentar.

O que mudou?

Para melhor entender a materia, ao qual venho dedicando tempo em esmiuçar, é necessário falar sobre como o conceito de distinção de classe, conferida aos chefs, em nossa sociedade capitalista, potencializando seu poder, essa construção de valor simbólico cultural, conta em seu favor, saberes e valores que antes, eram ignorados, mas sempre enfatizado pelos saberes tradicionais.

Na culinária tradicional, a comida, tem valor essencial na manutenção do coletivo, não é visto como mercadoria, ela se articula a partir da manifestação das culturas locais, dos povos tradicionais, camponesas, que através de experiências, difundem saberes que pelo tempo permanecem ativos.

Mas, é importante observar, que a tradição se reinventa é uma memoria viva, partindo de novos conhecimentos que vão sendo incorporados. 

Experiências e vivenciadas de povos tradicionais, em contato com grupos sociais urbanos, podem representar mudança significas nos saberes, fazendo questionar suas técnicas empíricas, de forma positiva ou negativa, desta forma é necessário atenção de como as comunidades filtram e registram as informações, pous, o como elas interpretam esses valores, pode ser significativo para compreender sua permanência ativa.

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