Matéria descreve preceitos culinários, que até bem pouco tempo, não teriam relevância no glamuroso universo gastronômico, o que mudou?.
Os adágios populares são fontes inesgotaveis de informação sobre hábitos e comportamentos tradicionais, esse material sensível, nós permite identificar e compreender as transformações alimentares, em uma sociedade ao longo de sua história, e de como nossa forma, e hábitos alimentares, sofrem impacto decisivo na sua estruturação, acomodando novos sentidos, rechaçando outros, de forma a adaptar-se segundo esses novos princípios.
A fonte da matéria é o jornal inglês The Guardian, a matéria descreve preceitos culinários, que até bem pouco tempo, não teriam relevância no glamuroso universo gastronômico.
Observando o enunciado, veremos significativas mudanças a partir de práticas sustentáveis, condizentes com novos tempos, mas que nós permite observar uma disputa entre dois campos do conhecimento, de um lado, a gastronomia tentando se afirmar como espaço de valorização de elementos da alimentação cotidiana, trazendo a luz, novos padrões de consumo, que seria virtualmente um espaço de atuação, e atenção por parte da cultura alimentar.
Por exemplo: muitas práticas das culinárias tradicionais foram abandonadas e rejeitadas pelos mais jovens, em função de não serem aceitáveis, mas que hoje, são aceitas, e até recomendáveis isso demonstra, que esses conhecimentos e saberes, no fundo estavam conectadas com o que hoje entendemos como práticas sustentáveis.
Mudam os tempos, mudam as formas de ver, essa é mais uma comprovação da minha tese, sobre como o termo "gastronomia", induz ao sujeito, à não refletir sua realidade social, sobre seu lugar como sujeito social tranformador, sem criar uma consciência sobre a essencia dos verdadeiros e necessários objetivos da sustentabilidade, da busca por uma soberania alimentar e nutricional capaz de fazer frente ao drama da fome e da justiça social, uma clara apropriação dos conceitos de cultura alimentar.
O que mudou?
Para melhor entender a materia, ao qual venho dedicando tempo em esmiuçar, é necessário falar sobre como o conceito de distinção de classe, conferida aos chefs, em nossa sociedade capitalista, potencializando seu poder, essa construção de valor simbólico cultural, conta em seu favor, saberes e valores que antes, eram ignorados, mas sempre enfatizado pelos saberes tradicionais.
Na culinária tradicional, a comida, tem valor essencial na manutenção do coletivo, não é visto como mercadoria, ela se articula a partir da manifestação das culturas locais, dos povos tradicionais, camponesas, que através de experiências, difundem saberes que pelo tempo permanecem ativos.
Mas, é importante observar, que a tradição se reinventa é uma memoria viva, partindo de novos conhecimentos que vão sendo incorporados.
Experiências e vivenciadas de povos tradicionais, em contato com grupos sociais urbanos, podem representar mudança significas nos saberes, fazendo questionar suas técnicas empíricas, de forma positiva ou negativa, desta forma é necessário atenção de como as comunidades filtram e registram as informações, pous, o como elas interpretam esses valores, pode ser significativo para compreender sua permanência ativa.
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