Cervejeiro artesanal na Bahia, cria cerveja feitas a partir das Películas das Sementes de Cacau Biodinâmico.

A base criativa de um bom mestre cervejeiro é a alquimia.
Muitas das grandes cervejas mundiais tem suas origens em monastérios franceses, Belgas e Alemães, cabiam aos Monges Trapistas a tarefa de como de identificar de forma criteriosa e olhar experiente cada elemento ao qual se destinava a preparação de uma nova cerveja, seus teores de sabor, cor, perfume, corpo enfim, todo conjunto organoléptico que conferia fama as suas produções.

Com rigor trapista e critério de alquimista, o Mestre cervejeiro Rafa Conduru Vivavem desenvolvendo uma serie de pesquisas usando elementos da Mata Atlântica para desenvolver suas receitas.
Vivendo em um paraíso ecológico Baiano, a cidade de Serra Grande Sul da Bahia, Rafa, vem desenvolvendo uma serie de pesquisas com #Panc, frutas locais, sementes, enfim usando de forma responsável e sustentável, elementos disponíveis na região.
Para a confecção desta nova cerveja, o mestre utilizou a Película da Semente do Cacau Biodinâmico, para conferir sabor e aroma, que segundo ele, é uma preciosidade quase sempre descartada pelos produtores, substituindo pelo uso de nibs, uma alternativa que reduz em muito os custos sem perder a essencial qualidade.
O mestre tem como parceiro e divide os méritos com Mathieu Hourcade que teve essa sacada.

A cerveja (do gaulês, através do latim servisia) é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas que foram criadas pelo ser humano.
As abadias, naquela época, eram verdadeiros centros de pesquisa dedicados à agricultura, à pecuária e à produção de vinho ou cerveja. 
Muitos dos hábitos e das possibilidades que hoje cercam a cerveja brasileira são resultado de uma longa e lenta evolução.
No mercado das cervejas, as chamadas trapistas, feitas por monges sobretudo na Bélgica e na Holanda, são consideradas as que possuem a mais alta qualidade entre as bebidas feitas artesanalmente.
Foram os monges da era medieval os responsáveis pela adição do lúpulo à fórmula da cerveja – o que, sem dúvida alguma, deve ser visto como um sinal de inspiração divina.
Hoje, as dezenas de variedades dessa planta estão presentes na grande maioria das cervejas conhecidas no mundo. 
A intervenção dos monges representou um passo importante não só no aperfeiçoamento do sabor, mas também na conservação da bebida.
As bebidas alcoólicas produzidas a partir da fermentação de cereais e outras plantas eram conhecidas em diversas partes do mundo, em algumas regiões da África, produziam-se bebidas a partir de gramíneas nativas como o sorgo e o milheto.
Nossos primeiros habitantes, já faziam uso da fermentação, o Cauim é uma bebida alcoólica tradicional dos povos indígenas do Brasil desde tempos pré-colombianos, ainda feito hoje em reservas indígenas da América do Sul. 

Feito através da fermentação alcoólica da mandioca ou do milho, às vezes misturados com sucos de fruta.
Uma característica interessante dessa bebida é que a matéria-prima é cozinhada, mastigada e recozida para a fermentação, de forma que enzimas presentes na saliva humana possam quebrar o amido em açúcares fermentáveis (este princípio também era originalmente usado no Japão para se fazer saquê).

CACAU BIODINÂMICO. UMA REALIDADE NO SUL DA BAHIA

Segundo o pesquisador da Embrapa Territorial, o Doutor em Economia Ecológica João Mangabeira, a cultura do cacau oferece todas as principais características necessárias para alavancar a economia de diversas comunidades próximas a áreas de reserva legal da Amazônia, além de possibilitar a recuperação das áreas degradadas.

De acordo com a AIPC - Associação Nacional das Indústria Processadoras de Cacau, existem mais de 66 mil propriedades rurais no Brasil, dedicadas ao cultivo da planta que produz as amêndoas de cacau, base para as indústrias de chocolates e seus derivados no mundo inteiro. 
Por várias décadas, o Brasil foi o maior produtor e exportador de cacau do planeta, mas nos últimos 30 anos, por diversos motivos, fomos perdendo a importância nesse ranking caindo para a sexta posição, com menos de 4% da produção mundial.
De acordo com Mangabeira, o Brasil é o único país produtor de cacau com tecnologia instalada para processar as amêndoas, já que dominamos todos os elos da cadeia produtiva desde o plantio até a produção final de chocolates de excelente qualidade.
Com quase 210 milhões de habitantes, somos ao mesmo tempo, fabricantes e consumidores em grande quantidade do produto e seus derivados.
Com a possibilidade do cultivo de cacau a partir de sistemas agroflorestais, torna-se possível também pensar na produção com manejo orgânico e biodinâmico, já que a planta é nativa do bioma amazônico.

Com base nos princípios e abordagem filosófica holística, conhecida como “Antroposofia”, descrita em 1920 por Rudolf Steiner, a agricultura biodinâmica é um ecossistema auto-regenerador livre de pesticidas e fertilizantes químicos.
Uma fazenda biodinâmica é definida como um organismo vivo onde os animais, solos, culturas e seres humanos interagem dentro do sistema completo. Uma variedade de técnicas agrícolas sustentáveis são usados para a fertilidade máxima do solo, a pecuária, a compostagem e a rotação de culturas, para manter o equilíbrio ecológico visando a dependência mínima de insumos externos. Influências da Lua e outros planetas também são levados em conta.
O método de criação biodinâmica requer um elevado compromisso da parte do agricultor, com uma sensibilidade especial e observação das interações que ocorrem na natureza. Com sede na Alemanha, Demeter International é única certificadora do selo Biodinâmico do mundo.


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