Turismo cultural, histórico e gastronômico

“Sem memória, não há identidade, desaparece a cultura e destrói-se a consciência coletiva. "
Precisamos construir uma imagem vibrante, que é capaz de atrair a atenção do turismo culinário internacional, é esta memória e esta identidade que constituem o patrimônio de uma coletividade” 
Berinjela de Iabá  #Sotoko

O Turismo Cultural, histórico e gastronômico, vem atraindo cada vez mais os públicos doméstico e internacional, pois é um segmento que busca a autenticidade das coletividades. 

O desenvolvimento de projetos que buscam a preservação do patrimônio cultural é, sobretudo, a busca por uma sustentabilidade no setor, com a reprodução de um imaginário coletivo a partir de sua própria narrativa, e isso, para o mercado turístico, é fundamentalmente interessante, visto que aquilo que é autêntico, verdadeiro e ao mesmo tempo fantástico torna-se um caminho viável para a preservação com movimentação econômica. A composição do cenário baiano, desde a literatura ao próprio cotidiano das cidades, nas festas de santos com suas comidas típicas, nas celebrações que trazem o ritual associado à comida e na tradição de um povo que cultua suas crenças e, também, através do alimento, deixa transparecer a sua identidade, a sua concepção de vida e valores nos hábitos da cultura local. 

Reinventar um passado é contá-lo de outra forma, para que possa ser compreendido por todos. 
Alternam-se os modos de linguagem, justapondo os fragmentos da memória, reconstruindo os momentos históricos e os projetando desde o presente: “O lembrar é uma faculdade que se exerce no presente, tempo em que se constrói a memória, a partir de novos olhares sobre o passado e da renovação das relações com o que dele está integrado ao nosso cotidiano” 
Turismo cultural é o acesso a esse patrimônio cultural, ou seja, à história, à cultura e ao modo de viver de uma comunidade. Sendo assim, o turismo cultural não busca somente lazer, repouso e boa vida. Caracteriza-se, também, pela motivação do turista em conhecer regiões onde o seu alicerce está baseado na história de um determinado povo, nas suas tradições e nas suas manifestações culturais, históricas e religiosas (MOLETTA, 1998, 9-10). 

O turismo cultural tem a função de estimular aos fatores culturais dentro de uma localidade e é um meio de fomentar recursos para atrair visitantes e incrementar o desenvolvimento econômico da região turística, a qual tem características favoráveis a esse setor de turismo, sendo apoiado nos princípios do desenvolvimento turístico sustentável. Podendo ser também uma estratégica de dominação, controle, folclorização, instrumentalização dos nativos para gerar lucro e prestígio para os agentes do turismo e os governantes. 
Gastronomia não é Moda 
Segundo o historiador Gil Gilardino: a história da globalização na gastronomia já há séculos que acontece, mas na atualidade esta realidade tornou-se mais complexa. 
O mesmo acontece com a agricultura, depois de se terem passa muitos séculos em que se procedeu a uma lenta domesticação pelos homens. 
Para a historiadora Maria Eunice de Souza Maciel, "na alimentação humana, natureza e cultura se encontram, pois se comer é uma necessidade vital, o quê, quando e com quem comer são aspectos que fazem parte de um sistema que implica atribuição de significados ao ato alimentar. Como um fenômeno social, a alimentação não se restringe a ser uma resposta ao imperativo de sobrevivência, ao 'comer para viver', pois se os homens necessitam sobreviver (e, para isso, alimentar-se), eles sobrevivem de maneira particular, culturalmente forjada e culturalmente marcada." Indo mais além de sua dimensão biológica, a alimentação humana como um ato social e cultural faz com que sejam produzidos diversos sistemas alimentares. 

Na constituição desses sistemas, intervêm fatores de ordem ecológica, histórica, cultural, social e econômica que implicam representações e imaginários sociais envolvendo escolhas e classificações. Assim, estando a alimentação humana impregnada pela cultura, é possível pensar os sistemas alimentares como sistemas simbólicos em que códigos sociais estão presentes atuando no estabelecimento de relações dos homens entre si e com a natureza.
Nesta época das ciências apuradas nas transformações genéticas, unindo aos paradoxais conservantes da gastronomia, na agricultura e no mundo animal estas atividades tornam-se ainda mais perigosas para a saúde. Historicamente, a evolução na gastronomia sempre dependeu dos alimentos que a natureza nos proporciona. Antes e depois da domesticação das culturas agrícolas e pecuárias, também da caça e pesca, sempre houve progressos. observei como a gastronomia cria as suas modas e como a gente a utiliza para fins comerciais, alterando sem respeito os parâmetros sensoriais gustativos e aromáticos. 
A cultura e a história fixam as bases gastronômicas e devia pedir-se aos contemporâneos eleitos para salvaguardar e com mais atenção estes ancestrais hábitos. 
Características “organolépticas” concedem aos humanos particularidades e privilégios nos aromas e nos sabores. 
Ajudados pelos fenômenos climáticos, juntando-se a cultura tradicional e a criatividade própria dos locais, das regiões, estes parâmetros qualitativos concedem originalidades à gastronomia regional tradicionalista. 
Em nome de um turismo desenfreado, que não respeita estas especificidades, podem ser alteradas completamente certas especialidades que pela genialidade das suas composições ganharam uma fama internacional e, a pouco e pouco, perderam aquelas qualidades originais que criaram o prestígio inicial e a fama destas especialidades gastronômicas,como também da própria Nação que representam. 
É, indispensável salvaguardar, a originalidade dos sabores, a tradição do manufaturado culinário. 

 Porque a España sabe cultivar a gastronomia e receber bem? 
"O gasto turístico asiático em produtos gourmet pode alcançar no futuro os 450 euros", estima MadridFoodies, a empresa levou à organização de atividades gastronômicas em Madrid, que aposta em turistas estrangeiros em 2014. Focando principalmente no mercado asiático, particularmente na China e de Hong Kong.
MadridFoodies estima que atualmente 90% dos gastos de turistas da Ásia concentra em moda e acessórios, um aspecto que deseja alterar. 
Isso destaca a enorme "potencial gastronômico" da Espanha.
“A comida é uma forma de conexão entre diversas culturas. Conservadoras, embora nada estáticas, as tradições alimentares e gastronômicas são extremamente sensíveis às mudanças, à imitação e às influências externas." 
O caso Bolonha-Pesquisa, Inovação e tecnologia 
Que a Itália seja uma grande meta gastronômica para os amantes da cozinha genuína, poucos discordam. 
 Mas dentro desse paraíso de sabores autênticos e que dá muita atenção as matérias primas de qualidade e a tradição, existe um outro paraíso: a região da Emilia Romagna.



Um dado importante: Parma: região da Bolonha Italia, c/ 26 bi de euro de faturado alimentos. 178.718 habitantes, com densidade populacional de 601 hab/km², tem em sua receita do sucesso, a prioridade em qualidade e Inovação, além de 10% do faturado em pesquisa. 
Berço de produtos italianos famosos no mundo todo como o queijo parmigiano e o presunto de Parma, é também o berço de pratos de tradição como o molho a bolonhesa e a lasanha. Mas se esses são só alguns dos produtos mais famosos, a região conta ainda com cerca de 41 produtos IGP (Indicação Geográfica Protegida) e DOP (Denominação de Origem Protegida). Segundo o Country Brand Index 2012-20137, que analisou 118 países, a Itália é o primeiro destino em atrações ligadas à cultura e à gastronomia, terceiro em compras e, no geral, é "o primeiro destino onde os turistas gostariam de ir".

A Itália, atualmente, é o país que detém o maior número de sítios, num total de 50 incluídos na lista de Patrimônios da Humanidade da UNESCO. Entre eles estão os centros históricos de cidades importantes, que constituem o principal meio socioeconômico de subsistência nacional. Gastronomia e história convivem lado a lado na capital da Emilia Romagna. No que diz respeito à gastronomia, a cidade é famosa por seus pratos de massa, que vão desde a clássica lasagne alla bolognese a especialidades como os tortellini ou o tagliatelle al ragu. 

No entanto, não procure por lá o prato que mais vemos nos restaurantes italianos fora da Itália: o spaghetti alla bolognese foi inventado no exterior e não tem nada a ver com a cidade que leva seu nome. De qualquer modo, é bom evitar os locais com cara muito turística e comer em uma pequena trattoria, ou seja, onde comem os italianos de fato. Gastronomia, um grande diferencial turístico- 
Um dos grandes motes da gastronomia, é encantar o visitante com o que cada região produtora tem a apresentar de diferencial, segundo Giuliano Tassinari, um dos mais reconhecidos chefes de cozinha de Bologna, região da Emília-Romagna; "Produtos com qualidade diferenciada são o segredo da alta gastronomia"
Leia também: http://sossegodaflora.blogspot.com.br/2016/06/gastronomia-um-grande-diferencial.html

Comentários

Postagens mais visitadas