A importância da Gastronomia ligada a Cultura.

Ainda no baixo sul da Bahia, onde estive promovendo a Oficina Sotoko visitei Mãe Barbara no terreiro Caxuté, onde alem da primeira Escola de Religião e Cultura de Matriz
Africana do Baixo Sul da Bahia eles fazem o processamento e beneficiamento artesanal da extração do Azeite de Dendê.
O Terreiro Caxuté é um terreiro de candomblé bantu fundado em 1994, pela sacerdotisa afro Maria Balbina dos Santos , Mãe Bárbara de Cajaíba, Valença, Baixo Sul da Bahia, Costa do Dendê. Dentro da Comunidade Caxuté, são realizadas
várias atividades afro-brasileiras e afro-ameríndia, tem a Escola Caxuté, a Associação Cultural e Religiosa (ACULTEMA). Tem como Nkisi (Orixá) regente: Lembaranganga (ancestral) e Kitembo (ancestral). Teve sua utilidade pública declarada pela lei municipal de Valença nº 2.257, de 1º de novembro de 2012. Está registrado na FENACAB, sob o número 3445.
Fundado em 1994 por Mãe Bárbara e por seu primeiro esposo, Irênio Querino Barbosa, juntamente com Mãe Mira (Almira da Conceição), da Rua dos Cajueiros, que fundamentou e sacralizou todo o espaço religioso. Inicialmente funcionou na Rua das Flores, em Valença, mudando-se depois, no ano de 2000 para a Rua da Graciosa onde encontra-se até hoje.
A Escola Caxuté, é parte integrante da comunidade cultural religiosa, é a primeira Escola de Religião e Cultura de Matriz Africana do Baixo Sul da Bahia.
"A Escola Caxuté é um espaço educativo, onde jovens, adultos e crianças estão em constante interação na busca da melhor maneira possível de compreender o contexto de forma a melhor integrar-se na vida. O grande desafio é possibilitar o acesso ao conhecimento oficial, buscando alternativas que permitam o desrecalque cultural e promovam a afirmação da nossa entidade cultural."

Pretendemos, como dizia Mãe Ondina, falecida Ialaxé na comunidade terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, ver as crianças de hoje, amanhã com anel no dedo e aos pés de Xangô. No universo Nagô, Oxumaré, representado pelo arco –íris com sua multiplicidade de cores, emergindo da Terra em seu transcurso para o além, é o Orixá que expressa a variedade dos destinos, as diferentes qualidades do axé, força vital, a multiplicidade da vida e de seu conhecimento.
Hoje o nosso olhar para os mestres de capoeira, para as baianas de acarajé, para o samba de roda, para o zambiapunga, nos dá a certeza de que reavivar esses saberes, representa manifesto de resistência contra a violência das desigualdades. Procuramos atuar na interação das diferenças na busca do equilíbrio, da harmonia, da complementação. Para tanto buscamos uma educação baseada no apelo a todos os sentidos, onde as cores, sons, danças, roupas, culinária, banhos combinam-se na ação e expressão da elaboração, realização e comunicação de uma visão de mundo que ultrapasse os umbrais do texto."Afirma a Ialorixá.

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