Primeiro azeite extravirgem da Chapada Diamantina é produzido com tecnologia Epamig

Agricultores de Rio de Contas-BA na Chapada Diamantina realizam colheita da segunda safra de azeitonas e produz primeiro azeite de Oliva da Bahia. 

O produtor rural Christophe Cinchilla, comemora safra maior do que a prevista, foram colhidos 4000kg de azeitonas. 

Azeitonas da variedade Arbequina foram colhidas em Rio de Contas (BA) e levadas para extração em Maria da Fé (MG) em caminhão refrigerado.

35 pessoas do município foram contratadas para a colheita que seguiu em um caminhão refrigerado para o Estado de Minas Gerais para produzir o primeiro azeite da Bahia e Chapada Diamantina.

No total, foram produzidos 280 litros de azeite que serão analisados por especialistas da área. 

Atestar a qualidade final do produto será mais um passo para consolidar de vez a entrada de municípios baianos no mercado de azeites extravirgem brasileiros. 

As azeitonas foram prensadas em Maria da Fé no Sul de Minas Gerais e já é considerado segundo especialistas com rendimento superior à média nacional na lista dos melhores do Brasil. Além do azeite serão produzidas azeitonas em conservas e Gin. 

adaptadas ou desenvolvidas pela empresa de pesquisa mineira, como a Grappolo 541 (MGS GRAP 541), Ascolano 315 (MGS ASC 315) e a brasileira Maria da Fé (MGS Mariense).


De acordo com Christophe Chinchilla, a história de plantio de azeitonas na Chapada Diamantina começou com o seu pai, Didier Chinchilla. Natural do sul da França, região de Provence, Didier queria encontrar no Brasil condição edafoclimática que lembrasse de alguma forma sua terra natal, famosa pelo plantio de oliveiras e produção de azeite. 


Em Rio de Contas, o francês se sentiu "em casa" ao constatar dias com tempo seco, noites frias e ventos constantes.

Da Europa para o Brasil

As oliveiras são originárias do Mediterrâneo. 

A atividade da olivicultura precisa de frio para que as plantas produzam flores e, consequentemente, azeitonas.

Latitudes entre 30º e 40º são indicadas, tanto no hemisfério Norte como no hemisfério Sul. É por esse motivo que grande parte da produção de azeite no Brasil vem de regiões mais ao Sul do país, sobretudo de municípios do Rio Grande do Sul.

Mas foi em Minas Gerais que o primeiro azeite extravirgem do Brasil foi extraído. 

O feito ocorreu em 2008 graças aos trabalhos de pesquisa da Epamig. Ao longo de treze anos, a atividade ganhou novos produtores, foi expandida para outros municípios e estados, e conquistou paladares no Brasil e no mundo. 

O pesquisador da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira, afirma que mesmo com latitudes mais altas, alguns municípios de Minas e da Bahia estão localizados a mais de mil metros de altitude. A Chapada Diamantina possui, a princípio, frio necessário para florescimento das oliveiras e para a produção de frutos.

Azeites frescos e de qualidade

Um dos principais requisitos para se obter azeites de qualidade é proceder com a extração logo após a colheita das azeitonas. 

No entanto, a estrutura de maquinários requer investimentos consideráveis. Foi por esse motivo que o empresário Christophe Chinchilla optou por realizar a longa viagem da Bahia até um dos lugares mais próximos, em Maria da Fé (MG).

Luiz Fernando de Oliveira explica que a azeitona é climatérica. Isso significa que, após colhido, o fruto continua a respirar. De acordo com o pesquisador da Epamig, isso pode oxidar e fermentar as azeitonas, processo com impactos diretos na qualidade final do azeite que será produzido. Por isso, a viagem das azeitonas teve de ser feita em caminhão refrigerado.

"Quando armazenamos as azeitonas em temperaturas entre 4° e 6°C, conseguimos interferir no processo respiratório desses frutos climatéricos. Isso ameniza os efeitos que poderão impactar na qualidade do produto final", explica.

 Fonte:

Diário do Comércio 




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