Caderno de Viagem Caravana Sertão Caderno3 SerMaria
SerMaria-Uma força da Natureza
No sertão, a vida requer força e obstinação, algo quixotesco, um embate cotidiano com a natureza.
O substrato dessa gente, tem um quê especial, um misto de fé e esperança, emoção e paixão, resistência e coragem, gente forte, que não se deixa abater pelas agruras da vida, e por muito pouco, esboçam toda sua ternura.
O Brasil, que o outro brasil, não quer ver ou finge desconhecer, mas que está ai, viva e presente, com sua culinária, com seus alimentos e temperos, seu sabor, enfim um marcador coletivo.
Maria, é a força inesgotável da mulher sertaneja, tantas Severinas, tantas Rosas…..tantas Marias!
Este Caderno de Viagem, vamos dedicar atenção ao SerMaria.
Território de cavaleiros e trovadores, de mulheres Severinas, algo mítico tem o Sertão profundo, algo como Suassuna poderia definir como: Mulheres vestidas de sol.
Na verdade o que nos desconserta, é a inesgotável dignidade, que nos inquieta e faz refletir.
Aqui não ha espaço para exotismos ou visão folclórica do mundo, são pessoas reais, com vidas e sentimentos reais, com sonhos, alegrias, medos e muita esperança.
“Seus olhos tem fome, fome de ver acontecer, de transmutar realidades; é fogo que não arrefece, é centelha divina que não cessa.”
Ela se chama Maria de Araújo da Silva, vive no Desterro do Alto Alegre em Monte Santo, pois grafado está onde vive, Alto Alegre.
Maria, dona de uma inteligência e sabedoria nata, da temperança de quem vive no sertão, a grandiosa riqueza do coração.
Nós a conhecemos no Fórum Social Mundial, que aconteceu em Salvador, no mês de abril, participando de um debate sobre as PANCs.
Líder comunitária, Maria mobilizadora de pessoas com interesses coletivos, faz parte da Associação Comunitária e Agro Pastoril de Desterro e Lage do Antônio.
Seu conhecimento empírico sobre as PANCs , vem da tradição oral da comunidade, vem dos quintais das casas, na utilização das plantas e ervas, com fins alimentícios, medicinais e fitoterápicos.
“Em Monte Santo, a formação das comunidades tradicionais de fundo de pasto se deu porque as extensões de terras eram demasiado grandes e, historicamente, as ocupações desses espaços ocorreram de forma diferenciada por não se caracterizar pelo surgimento das cercas (se revelam com características de terras de uso comum do território”
Na comunidade de Desterro, podemos comprovar o respeito a pluralidade dos alimentos, e a valorização da cultura local, soma-se a isso, seu natural interesse em buscar novas alternativas possíveis em termos de alimentação, é o que nos fez despertar.
Foi nesta perspectiva, que obtivemos o apoio generoso da Maria, desde a nossa chegada à Monte Santo, ela empenhou-se com sua vibração, em facilitar nosso trabalho, nos acompanhado nas atividades, apresentando pessoas, sugerindo novas ideias de aproveitamento.
No segundo dia de nossa visita à Monte Santo, a Maria, nos levou a comunidade do Desterro de Monte Alegre, para conhecer o lugar e visitar algumas pessoas.
Cozinha-se com o que o que se tem.
Maria Joana vive no Desterro, planta e cria bodes e porcos.
Na sexta quando estivemos visitando, ela estava preparando um delicioso porco de panela que tivemos o prazer de provar.
A caatinga e seus sabores.
A segunda família, a qual visitamos, foi a da Dona Maria, a principio, muito esquiva, mas aos poucos
ele tem uma horta, com vários tipos de verduras, legumes e frutas.
Quando chegamos em Monte Santo, compreendi o que chamam de seca verde.
Ao menor sinal de chuva, a caatinga estava verdinha, e a plantação da Dona Maria, fazia gosto caminhar.
Existe uma serie de cactáceas na região, como o Xique-xique, o Mandacaru e a Cabeça de frade, mas Palma sem espinhos, é destaque na produção, muitas frutas como o panã, o none, a acerola, pimenta, mandioca, bem como o Umbu, e claro o licuri.
Na ocasião, aproveitei para defumar umas raquetes de Palma e preparar o Bambá de Licuri, com a ajuda do Ian de Castro, além de visitar as dependências da associação da comunidade.
Segue, não deixe de conferir o quarto e ultimo Caderno de Viagem, posto amanhã:
Continua:
Confira todas as fotos do Jon Lewis no link:https://photos.app.goo.gl/Jea5fMpclgAjUs9G3
No sertão, a vida requer força e obstinação, algo quixotesco, um embate cotidiano com a natureza.
O substrato dessa gente, tem um quê especial, um misto de fé e esperança, emoção e paixão, resistência e coragem, gente forte, que não se deixa abater pelas agruras da vida, e por muito pouco, esboçam toda sua ternura.
O Brasil, que o outro brasil, não quer ver ou finge desconhecer, mas que está ai, viva e presente, com sua culinária, com seus alimentos e temperos, seu sabor, enfim um marcador coletivo.
Maria, é a força inesgotável da mulher sertaneja, tantas Severinas, tantas Rosas…..tantas Marias!
Este Caderno de Viagem, vamos dedicar atenção ao SerMaria.
Território de cavaleiros e trovadores, de mulheres Severinas, algo mítico tem o Sertão profundo, algo como Suassuna poderia definir como: Mulheres vestidas de sol.
Na verdade o que nos desconserta, é a inesgotável dignidade, que nos inquieta e faz refletir.
Aqui não ha espaço para exotismos ou visão folclórica do mundo, são pessoas reais, com vidas e sentimentos reais, com sonhos, alegrias, medos e muita esperança.
“Seus olhos tem fome, fome de ver acontecer, de transmutar realidades; é fogo que não arrefece, é centelha divina que não cessa.”
Ela se chama Maria de Araújo da Silva, vive no Desterro do Alto Alegre em Monte Santo, pois grafado está onde vive, Alto Alegre.
Maria, dona de uma inteligência e sabedoria nata, da temperança de quem vive no sertão, a grandiosa riqueza do coração.
Nós a conhecemos no Fórum Social Mundial, que aconteceu em Salvador, no mês de abril, participando de um debate sobre as PANCs.
Líder comunitária, Maria mobilizadora de pessoas com interesses coletivos, faz parte da Associação Comunitária e Agro Pastoril de Desterro e Lage do Antônio.
Seu conhecimento empírico sobre as PANCs , vem da tradição oral da comunidade, vem dos quintais das casas, na utilização das plantas e ervas, com fins alimentícios, medicinais e fitoterápicos.
“Em Monte Santo, a formação das comunidades tradicionais de fundo de pasto se deu porque as extensões de terras eram demasiado grandes e, historicamente, as ocupações desses espaços ocorreram de forma diferenciada por não se caracterizar pelo surgimento das cercas (se revelam com características de terras de uso comum do território”
Na comunidade de Desterro, podemos comprovar o respeito a pluralidade dos alimentos, e a valorização da cultura local, soma-se a isso, seu natural interesse em buscar novas alternativas possíveis em termos de alimentação, é o que nos fez despertar.
Foi nesta perspectiva, que obtivemos o apoio generoso da Maria, desde a nossa chegada à Monte Santo, ela empenhou-se com sua vibração, em facilitar nosso trabalho, nos acompanhado nas atividades, apresentando pessoas, sugerindo novas ideias de aproveitamento.
No segundo dia de nossa visita à Monte Santo, a Maria, nos levou a comunidade do Desterro de Monte Alegre, para conhecer o lugar e visitar algumas pessoas.
Cozinha-se com o que o que se tem.
Maria Joana vive no Desterro, planta e cria bodes e porcos.
Na sexta quando estivemos visitando, ela estava preparando um delicioso porco de panela que tivemos o prazer de provar.
A caatinga e seus sabores.
A segunda família, a qual visitamos, foi a da Dona Maria, a principio, muito esquiva, mas aos poucos
ele tem uma horta, com vários tipos de verduras, legumes e frutas.
Quando chegamos em Monte Santo, compreendi o que chamam de seca verde.
Ao menor sinal de chuva, a caatinga estava verdinha, e a plantação da Dona Maria, fazia gosto caminhar.
Existe uma serie de cactáceas na região, como o Xique-xique, o Mandacaru e a Cabeça de frade, mas Palma sem espinhos, é destaque na produção, muitas frutas como o panã, o none, a acerola, pimenta, mandioca, bem como o Umbu, e claro o licuri.
Na ocasião, aproveitei para defumar umas raquetes de Palma e preparar o Bambá de Licuri, com a ajuda do Ian de Castro, além de visitar as dependências da associação da comunidade.
Segue, não deixe de conferir o quarto e ultimo Caderno de Viagem, posto amanhã:
Continua:
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