O Turrão Sertanejo e as cozinhas de Guimarães Rosa

Turrão Sertanejo

O romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa constitui um dos momentos mais altos da literatura no século vinte. 

A cozinha de fora e a cozinha de dentro divergem em conteúdo e em suas relações de convívio, ao mesmo tempo em que são complementares e remetem à questão da hospitalidade em meio ao universo sertanejo. 

Caracterizada como pesquisa qualitativa e por meio da análise documental as diferenças da cozinha de fora, aquela que nos apropriamos da natureza para elaborar nossa comida, e a cozinha de dentro que, apropriando- se também da natureza, inclui conceitos de lar, de hospitalidade, do bem receber, do afeto, de estar com o outro, do aconchego, são analisadas.

A cozinha de dentro da fartura e do convite.

A saudade minha maior era de uma comidinha guisada: um frango com quiabo e abóbora-d´água e caldo, um refogado de caruru com ofa de angu. Senti padecida falta do São Gregório – bem que minha vidinha lá era mestra. Diadorim notou meus males. 

Me disse consolo: – “Riobaldo, tem tempos melhores. 

Por ora, estamos acuados em buraco...” Assistir com Diadorim, e ouvir uma palavrinha dele, me abastava aninhado (ROSA, 2006, p.168).

Para essa comida que Riobaldo sonha, são necessárias outras condições de preparo. 

O fogo não pode ser feito fora de casa, nem sob pedras. 

Essas mudanças e esses novos equipamentos são inventados ou trazidos da Europa para a Nação que está emergindo. 

A vida  não pode ser conduzida sem destino, de um lado para outro. 

É necessário que haja um momento de assentamento, de permanência em um lugar específico, escolhido para se construir uma casa, um lar.

Ôôôô de Casa... Ôôôô de Fora... As Cozinhas em “Grande Sertão: Veredas”

Por Marielys Siqueira Bueno Sênia Bastos, Ursulina Santana

Receita Turrão Sertanejo:

No Sertão, a comida e forte, rústica, mas com uma simbologia cheia de referências afetivas, esta receita traz elementos simples, e bem corriqueiro da região, talvez por isso mesmo, seu sabor encante a todos.

É doce pra fazer lentamente, saborear em bons momentos de alegria, com o encantamento das texturas crocante, húmida, doce e levemente ácido, como no texto de Guimarães:

"O correr da vida embrulha tudo.

A vida é assim: esquenta e esfria,

aperta e daí afrouxa,

sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem"

TURRÃO SERTANEJO 

Ingredientes:

250 cm de Amendoim sem pele

4 ovos

300 gm de Farinha de Mandioca 

200 de Coco Seco

Raspas de 1 limão 

1 colher de sopa de manteiga

Preparando:

Misture os ovos, a manteiga, e o açúcar 

Em uma cumbuca,  as farinhas e o Coco, formando uma farofa grossa, adicione um pouco de água para inchar a massa.

Junte tudo e levei ao forno, fica bem doce, o mais interessante é sua casca durinha por fora.