Morre Bruno Latour, filósofo que foi referência do pensamento ambiental


O filósofo, antropólogo e sociólogo francês é uma das mentes mais importantes dos séculos 20 e 21, sendo referência fundamental para os que pensam as questões de sustentabilidade.

Por Antonio Carlos Quinto


Bruno Latour morreu na madrugada do último domingo, dia 9, em Paris, aos 75 anos. “É uma notícia muito triste”, lamenta o professor José Eli da Veiga, lembrando que, desde o final dos anos 1970, Latour fez pesquisas de antropologia junto a cientistas, que resultaram no livro A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. “A obra é uma pesquisa de antropologia, mas também filosofia da ciência. Trata-se de um livro muito importante”, ressalta o colunista. Além dessa obra, Eli da Veiga também lembra de Jamais fomos modernos, publicado em 1991. A edição em português foi publicada em 1994, pela Editora 34. “Quase impossível achar um título melhor para um livro”, elogia Eli da Veiga.

O colunista também destaca uma coincidência: Latour morre justamente quando se comemora os 60 anos do livro mais importante para a questão ambiental, intitulado Primavera silenciosa, de autoria da bióloga marinha Rachel Carson. “Nesta obra, a autora lançou um alerta que desencadeou todo um processo que nós estamos ainda vivendo, que é o de tomar consciência da nossa relação com o resto da natureza”, descreve o professor. Rachel, como comenta Eli da Veiga, estava vendo os agroquímicos acabar com a natureza e com a biodiversidade. “Esse título tinha a ver com a ideia de que nunca mais veremos um passarinho”, explica.

Fonte: Usp


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