Porque louvar nossa bebida tradicional? Revolta da Cachaça

Dentre muitas revoltas do período colonial brasileiro, uma das mais curiosas é a Revolta da Cachaça.
O episodio passou à nossa história, com o ocorrido entre final de 1660 e começo do ano seguinte, no Rio de Janeiro, motivado pelo aumento de impostos excessivamente cobrados aos fabricantes de aguardente. 
















Também é chamada de Revolta do Barbalho ou Bernarda. 
Para evitar concorrência do monopólio português de vinho e aguardente, em 1647 cria-se a Carta Régia que impedia a comercialização destes produtos fora do domínio português. 

Entretanto, o documento abria exceção à produção de cana-de-açúcar no estado do Pernambuco, onde o aguardente era comercializado pelos escravos. 
Após a expulsão definitiva dos holandeses, em 1654, a produção açucareira teve uma brusca queda. 
Os fazendeiros, então, decidiram explorar a cana produzida no Nordeste, o que contrariava os interesses dos portugueses em obrigar a importação de uma bebida criada com os bagaços da uva (bagaceira). 

Em 1659, Portugal endossou a proibição da cana e ameaçou deportar e prender escravos e fazendeiros que não cumprissem suas exigências. Em 1647, uma Carta Régia da metrópole visando à proteção do monopólio português no comércio de vinho e aguardente (chamado de bagaceira) foi expedida a , sendo regulamentada em 1649, abrindo a exceção de seu consumo para os escravos e em Pernambuco - que se encontrava sob domínio holandês. Com a expulsão definitiva dos holandeses, em 1654, aumentou a concorrência do açúcar brasileiro pelo produzido nas Antilhas e diminuíram os lucros. Para compensar a baixa rentabilidade, os senhores de engenho passaram também a produzir aguardente de cana, obtendo grande lucro com seu tráfico para Angola. 

Segundo Mary del Priore "As diversas revoltas e o antilusitanismo demonstraram sua força, na primeira metade do século XIX e deram argumentos para os que defendiam a centralização do poder como garantia de unidade do império. A monarquia federativa seria a única fórmula para lutar contra as tentações do separatismo. Além disso, a participação popular com mestiços, índios e escravos, causavam grande medo e pertubação entre as elites." 

Para coibir a ilegalidade, nova ordem foi expedida em 1659 no sentido de se destruírem todos os alambiques da colônia, bem como aos navios que transportavam o produto. Esse quadro, em que a produção de aguardente no Brasil Colônia era uma atividade ilícita, teve exceção no Rio de Janeiro, onde a situação foi tratada de forma diversa.

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