Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana
Verbete F-Fatia de Parida
Rabanada ou Fatia de Parida, Torrejas, da igual!.
A receita remonta a cozinha Portuguesa, mas tradicionalmente se fixou na Bahia, a Fatia de Parida tem sabor afetivo.
Pedaços de Pão embebidos em leite de coco e ovos, depois fritos e pulverizados com açúcar e canela.
Tem sabor à casa, cozinha de vó, sem afetações e com muita simplicidade, sim esta sobremesa, com sua técnica, fala de reaproveitamento, com muita sensibilidade. Também chamadas de rabanadas fazem parte de muitas mesas da consoada em Portugal, e em várias ceias do Brasil. Servem-se polvilhadas com açúcar de canela ou regadas com calda de açúcar, xarope de bordo ou mel.
Outrora, a palavra "rabanada" era apenas utilizada a norte do rio Mondego e ao mesmo doce atribuía-se, a partir da margem sul do referido rio, o nome de fatia-dourada, ou fatia-de-parida.
Em outros países são típicos nas celebrações de Espanha da Quaresma e Semana Santa e em várias partes do México, como Zacatecas.
As fatias de parida, comove pela simplicidade e me faz recordar a uma cena apenas narrada, sem imagens de arquivo, mas mesmo assim, tocante do documentário, "Mensageiro entre dois mundos” um narrado pelo
historiados e o etnógrafo Cid Teixeira, onde ele descreve que um cabisbaixo Pierre Verger, já encerrando o expediente nessa vida, encontrou-se com ele e a esposa.
Quando a esposa perguntou o que Verger queria para melhorar o ânimo, ele respondeu que uma guloseima que a sua mãe fazia, mas que seria impossível de reproduzir.
Ao descrever o que seria tal quitute, a mulher do amigo percebeu: era rabanada!
Correu para a cozinha para fritar o pão embebido de leite e ovos, tascou açúcar e canela e o francês mais baiano da História comeu passando no rosto e chorando.
Talvez uma das coisas mais bonitas da culinária seja este dom de remeter a momentos belos da vida, onde as recordações, sejam uma ponte entre a vida material e estes momentos intangíveis.
A associação das rabanadas à quaresma deve-se talvez à necessidade de aproveitar o pão, que durante o tempo que não se comia carne, era por isso menos consumido, mesmo assim sendo produzido a mesma quantidade.
Existem múltiplas variantes, começando pelo pão, que pode ser corrente ou preparar-se especialmente para elaborar rabanadas. Algumas receitas substituem o vinho por leite, e outras prescindem da água, molhando as rabanadas só com mel quente.
Com frequência acompanha-se de canela e cravo da Índia. Algumas variantes empregam casca de limão ou de laranja ralada para aromatizar o leite e para o toque final um pouco de açúcar de canela.
Mais recentemente apareceram variedades vegetarianas que substituem o leite de vaca por leite de soja e o ovos por farinhas de grão de bico, farinha de soja ou outras leguminosas.
Do pão, aproveita-se tudo. Pensando assim, há centenas de anos, cozinheiros portugueses criaram uma receita da qual o Brasil se apoderou e hoje é um quitute típico do nosso cardápio natalino: a rabanada.
O nome pode mudar, mas não a matéria-prima.
Feita com pão amanhecido, umedecido em vinho ou na mistura de leite condensado, leite e ovos, a guloseima é facilmente encontrada em padarias e lojas similares.
Há quem acrescente nozes, frutas secas, mel, leite de coco, sorvete e raspas de frutas cítricas à rabanada para deixá-la ainda mais irresistível. No livro do cronista Jolivaldo Freitas "O JEITO BAIANO" ele cita "fatia de parida de dona Aydil" como uma iguaria das mais desejadas.
A rabanada aparece documentada no século xv, citado por Juan del Encina: «mel e muitos ovos para fazer rabanadas», ao parecer como prato indicado para recuperar de partos (daí a" fatia-de-parida").
Na Espanha, elas rabanadas assumem o nome de Torrejas. As primeiras receitas remontam ao livro de cozinha de Domingo Hernández de Maceras (1607) e da Arte de cozinha, pasteleira, vizcochería y conservería de Francisco Martínez Motiño (1611).
A rabanada era, no inicio do século xx, muito comum nas tabernas de Madrid e servia-se com jarros de vinho "razos"!
A associação das rabanadas à Quaresma deve-se talvez à necessidade de aproveitar o pão, que durante o tempo que não se comia carne, era por isso menos consumido, mesmo assim sendo produzido a mesma quantidade. Em França prepara-se com características similares, o "Pain perdu" (pão perdido), se bem que não se frite em azeite abundante mas sim numa chapa, conhecendo-se no Reino Unido e países de língua inglesa com "French toast".
Em Portugal preparam-se as rabanadas, de forma muito similar às torrijas ou torradas da vizinha Espanha.
Receita de Fatia de Parida com leite de Coco
Ingredientes:
1 pão para rabanada amanhecido
250Ml de leite de coco fresco 3 xícaras (chá) de leite
3 colheres (sopa) de açúcar
3 ovos inteiros ligeiramente batidos
Açúcar e canela para polvilhar à gosto Óleo de soja para fritar quanto baste
Modo de preparo:
Corte o pão em rodelas de dois dedos de largura.
Misture o leite de coco com o leite e o açúcar. Passe as fatias de pão na mistura de leite, nos ovos batidos, e leve a fritar em óleo de soja quente.
Quando dourar de um lado vire para dourar do outro.
Retire da frigideira e deixe em papel absorvente para retirar o excesso de gordura. Polvilhe com o açúcar misturado à canela. .
Rabanada ou Fatia de Parida, Torrejas, da igual!.
A receita remonta a cozinha Portuguesa, mas tradicionalmente se fixou na Bahia, a Fatia de Parida tem sabor afetivo.
Pedaços de Pão embebidos em leite de coco e ovos, depois fritos e pulverizados com açúcar e canela.
Tem sabor à casa, cozinha de vó, sem afetações e com muita simplicidade, sim esta sobremesa, com sua técnica, fala de reaproveitamento, com muita sensibilidade. Também chamadas de rabanadas fazem parte de muitas mesas da consoada em Portugal, e em várias ceias do Brasil. Servem-se polvilhadas com açúcar de canela ou regadas com calda de açúcar, xarope de bordo ou mel.
Outrora, a palavra "rabanada" era apenas utilizada a norte do rio Mondego e ao mesmo doce atribuía-se, a partir da margem sul do referido rio, o nome de fatia-dourada, ou fatia-de-parida.
Em outros países são típicos nas celebrações de Espanha da Quaresma e Semana Santa e em várias partes do México, como Zacatecas.
As fatias de parida, comove pela simplicidade e me faz recordar a uma cena apenas narrada, sem imagens de arquivo, mas mesmo assim, tocante do documentário, "Mensageiro entre dois mundos” um narrado pelo
historiados e o etnógrafo Cid Teixeira, onde ele descreve que um cabisbaixo Pierre Verger, já encerrando o expediente nessa vida, encontrou-se com ele e a esposa.
Quando a esposa perguntou o que Verger queria para melhorar o ânimo, ele respondeu que uma guloseima que a sua mãe fazia, mas que seria impossível de reproduzir.
Ao descrever o que seria tal quitute, a mulher do amigo percebeu: era rabanada!
Correu para a cozinha para fritar o pão embebido de leite e ovos, tascou açúcar e canela e o francês mais baiano da História comeu passando no rosto e chorando.
Talvez uma das coisas mais bonitas da culinária seja este dom de remeter a momentos belos da vida, onde as recordações, sejam uma ponte entre a vida material e estes momentos intangíveis.
A associação das rabanadas à quaresma deve-se talvez à necessidade de aproveitar o pão, que durante o tempo que não se comia carne, era por isso menos consumido, mesmo assim sendo produzido a mesma quantidade.
Existem múltiplas variantes, começando pelo pão, que pode ser corrente ou preparar-se especialmente para elaborar rabanadas. Algumas receitas substituem o vinho por leite, e outras prescindem da água, molhando as rabanadas só com mel quente.
Com frequência acompanha-se de canela e cravo da Índia. Algumas variantes empregam casca de limão ou de laranja ralada para aromatizar o leite e para o toque final um pouco de açúcar de canela.
Mais recentemente apareceram variedades vegetarianas que substituem o leite de vaca por leite de soja e o ovos por farinhas de grão de bico, farinha de soja ou outras leguminosas.
Do pão, aproveita-se tudo. Pensando assim, há centenas de anos, cozinheiros portugueses criaram uma receita da qual o Brasil se apoderou e hoje é um quitute típico do nosso cardápio natalino: a rabanada.
O nome pode mudar, mas não a matéria-prima.
Feita com pão amanhecido, umedecido em vinho ou na mistura de leite condensado, leite e ovos, a guloseima é facilmente encontrada em padarias e lojas similares.
Há quem acrescente nozes, frutas secas, mel, leite de coco, sorvete e raspas de frutas cítricas à rabanada para deixá-la ainda mais irresistível. No livro do cronista Jolivaldo Freitas "O JEITO BAIANO" ele cita "fatia de parida de dona Aydil" como uma iguaria das mais desejadas.
A rabanada aparece documentada no século xv, citado por Juan del Encina: «mel e muitos ovos para fazer rabanadas», ao parecer como prato indicado para recuperar de partos (daí a" fatia-de-parida").
Na Espanha, elas rabanadas assumem o nome de Torrejas. As primeiras receitas remontam ao livro de cozinha de Domingo Hernández de Maceras (1607) e da Arte de cozinha, pasteleira, vizcochería y conservería de Francisco Martínez Motiño (1611).
A rabanada era, no inicio do século xx, muito comum nas tabernas de Madrid e servia-se com jarros de vinho "razos"!
A associação das rabanadas à Quaresma deve-se talvez à necessidade de aproveitar o pão, que durante o tempo que não se comia carne, era por isso menos consumido, mesmo assim sendo produzido a mesma quantidade. Em França prepara-se com características similares, o "Pain perdu" (pão perdido), se bem que não se frite em azeite abundante mas sim numa chapa, conhecendo-se no Reino Unido e países de língua inglesa com "French toast".
Em Portugal preparam-se as rabanadas, de forma muito similar às torrijas ou torradas da vizinha Espanha.
Receita de Fatia de Parida com leite de Coco
Ingredientes:
1 pão para rabanada amanhecido
250Ml de leite de coco fresco 3 xícaras (chá) de leite
3 colheres (sopa) de açúcar
3 ovos inteiros ligeiramente batidos
Açúcar e canela para polvilhar à gosto Óleo de soja para fritar quanto baste
Modo de preparo:
Corte o pão em rodelas de dois dedos de largura.
Misture o leite de coco com o leite e o açúcar. Passe as fatias de pão na mistura de leite, nos ovos batidos, e leve a fritar em óleo de soja quente.
Quando dourar de um lado vire para dourar do outro.
Retire da frigideira e deixe em papel absorvente para retirar o excesso de gordura. Polvilhe com o açúcar misturado à canela. .
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