Na Embolada do Coco: mestras destacam que livro é reconhecimento à cultura popular

Reconhecimento, tradição, dignidade e muita vivência. Uma publicação que valoriza a tradição do coco de roda com zelo e cuidado. É dessa forma que as mestras homenageadas no livro Na Embolada do Coco definiram a importância do material para valorizar a cultura popular. O lançamento será dia 30 de junho, na Usina Energisa.

A Mestra Penha Cirandeira acredita que o livro é uma oportunidade de mostrar o coco de roda como umatradição familiar, que se transmite de pai para filho, a cada nova geração. “Todas as músicas que canto na ciranda eu aprendi com meu pai, que também me ensinou a tocar Ganzá e Bombo. Mergulhei na cultura popular aos 10 anos, quando já trabalhava nas usinas de cana e lá aprendi sobre esse ritmo que carrego comigo até hoje”, lembrou.

“Ter um pouco da minha vida contada neste livro foi como receber um reconhecimento por todos esses anos de amor à cultura popular. Fico muito feliz em saber que uma rede que apoia e quer manter viva essa tradição”, completou.

Para a mestra Ana do Coco, ser uma das homenageadas pelo livro é reviver uma história dedicada ao coco de roda. Ela também destacou que a publicação vai trazer mais visibilidade e despertar as pessoas para a importância da cultura popular. “Pra mim, esse livro foi um grande reconhecimento de uma luta que começou em 1985. Ele traz o que a Paraíba tem de melhor na cultura popular, enaltece o que é nosso e será um divisor de águas para a nossa tradição”, enfatizou.

A antropóloga Jessyca Marins, que integra a equipe de produção do livro, conta que cada capitulo é um pouco da vida delas, que se mistura com o percurso do coco e da ciranda aqui na Paraíba. “Este livro revisita o passado e, ao mesmo tempo, traz histórias marcantes das próprias comunidades, seja na cidade, no roçado, em um quilombo ou numa aldeia indígena”, destacou.

A antropóloga ainda explica que as mestras atuam como guardiãs da tradição e que por isso se faz necessária uma política cultural voltada para essas mulheres. “Elas conheceram o coco e ciranda pelos seus avós e precisam de caminhos para que possam dar continuidade a essa tradição. Muitas delas, inclusive, precisam escolher entre a sobrevivência e manter a tradição cultural”, comentou.

Para a pesquisadora Marcela Muccillo, que também compõe a equipe de produção do livro, destacou que o projeto foi necessário para valorizar de forma digna o trabalho das mestras. “A produção do livro foi um processo de muito aprendizado e necessário para a cultura paraibana, pois registra e divulga a atuação dessas mestras com muita dignidade, valorização e cuidado”, comentou.

A publicação traz os perfis das mestras Ana do Coco, Cícera, Cida, Edite, Lindalva, Odete de Pilar, Penha Cirandeira, Senhorinha, Têca do Coco, Vó Mera e Zefinha.

O livro “Na Embolada do Coco é uma produção da Atua Editora, através da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Banco BV e realização do Ministério da Cultura.

Fonte: agenciaparaiba.com

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