Pequeno Dicionario da Cozinha Baiana

Verbete M Mungunzá 
Cremoso e granulado, servido quentinho pelas manhas nas barraquinhas de mingau ou mesmo nas merendas da tarde o Mungunzá, e doce feito com grãos de milho-branco levemente triturados, cozidos em um caldo contendo leite de coco, açúcar, canela em pó ou casca, cravo-da-índia, trazido pelos africanos que aqui chegaram, representa um símbolo na luta pela pela afirmação do "Quimbundo" como língua oficial Angolana. 
Em Alagoas e outros Estados do Nordeste é também conhecido como Chá de Burro. 



Palavra de origem africana, Mungunzá provém do quimbundo mu’kunza, que em português se traduz por «milho cozido». 
Ate hoje em Angola, se consome em cerimonias ritualísticas, servidas em velórios, sendo que na Bahia, o milho branco faz parte das comidas funfun (branco) pertencente a cozinha ritual votiva do povo santo, pertinente aos orixás oxalá, oxaguian, oxalufan no candomblé. 
Oxalá por Carybé-Orixá Funfun

A história de Luanda tem estreita relação com o tráfico de escravos, enviados majoritariamente para o Brasil. 
O abastecimento de escravos para o tráfico intercontinental era feito com a mediação dos sobas,autoridades tradicionais dos sábados existentes no entorno de Luanda. 
Até o século XIX, Luanda concentrava o poder político português, cuja autoridade abrangia uma faixa de território no litoral – que a unia ao porto de Benguela. 


A precariedade da presença portuguesa durante os séculos XVII e XVIII favoreceu o surgimento de elites profundamente miscigenadas cultural e racialmente, compostas de indivíduos nascidos em Portugal, Angola e Brasil que se dedicavam sobretudo ao comércio atlântico de escravos. 
Os naturalistas do Império O conhecimento científico de Portugal e suas Colônias (1768-1822)




















Em 1836, Portugal proibiu o tráfico de escravos oriundos de suas colônias. Embora essa atividade tenha se mantido até meados do século XIX, sua redução levou os comerciantes luandenses a intensificarem o comércio com o interior, baseado no marfim, na cera e na borracha. 
A aprovação da lei Eusébio de Queirós no Brasil, em 1850, obrigaria as elites de Luanda a buscarem novas fontes de renda, como a lucrativa exportação de “serviçais” para as roças de cacau de São Tomé. 
A importância da resistência na luta pela manutenção do Quimbundo, alguns membros das elites angolenses afirmaram uma identidade cultural baseada na língua ambunda. 
O interesse de intelectuais filhos da terra pelo quimbundo caminhava na contramão da legislação colonial, que pretendia substituí-lo pelo português. 
Embora um decreto de 14 de agosto de 1845 tenha imposto o português como língua oficial da colônia, tornando obrigatório seu ensino, o quimbundo continuou a ser a base das comunicações. 
O próprio fato de as autoridades coloniais diagnosticarem a necessidade da existência da lei já denuncia a precariedade do uso da língua portuguesa. 

Em meados do século XIX, a expansão comercial contribuiu para a sobrevivência do quimbundo como língua vernácula no distrito de Luanda, tornando-o, por volta de 1880, o principal idioma da rota comercial que o ligava ao leste, até o rio Lualuba. Dependendo da região do Brasil em que é produzida, a iguaria pode também ser denominada mugunzá, mungunzá, manguzá, mukunza, mucunzá, canjica ou ainda chá de burro. Muitas palavras de origem "Quimbundo" dos escravos trazidos ao Brasil de Angola ou do tronco linguístico Bantu, foram incorporadas ao nosso idioma, como Lundu, Muxoxo, Jiló, Marimbondo. Receita do Mungunzá 250g de milho branco 150g de açúcar 300 ml de leite de coco ralado 2 litros de água 2 colheres (chá) de sal Cravo e canela em pau Modo de Preparo: Coloque o milho de molho, durante 12 horas. Leve para cozinhar com água. Depois de cozido acrescente os demais ingrediente, mexendo. Deixe ferve e sirva com canela polvilhada. 

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