Samba, Suor, Cerveja e Feijoada

Onde o Brasil e a Bahia são mais origens!

Tia Ciata será homenageada em evento especial no Museu de Arte Moderna da Bahia

Matriarca do Samba, natural do Recôncavo da Bahia e uma das figuras femininas mais importantes da cultura brasileira no século XX, Tia Ciata será a grande homenageada do segundo Festival Elas à Frente, que este ano fará uma edição especial dedicada às mulheres do Samba. 

O evento acontece nos dias 7 e 8 de março 2024, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador.

Nascida em Santo Amaro da Purificação, Recôncavo baiano, seguindo para o Rio de Janeiro em 1924) foi Cozinheira e mãe de santo brasileira, considerada por muitos como uma das figuras influentes para o surgimento do samba.

Sem entrar na questão de onde nasceu o samba, que claro foi na Bahia, a casa da Tia Ciata e a capital dessa Pequena África no Rio de Janeiro.

Queria falar da importância das mulheres na maravilhosa construção de uma identidade cultural, a casa da Tia Ciata como o berço do samba, ainda no início do século 20, na célebre Praça Onze, zona portuária do Rio, negros recém-chegados da Bahia batucavam no quintal da mais famosa das tias baianas.

A hospitalidade dessa mulher foi a base para que grandes compositores pudessem desenvolver o ritmo carioca, fundando praticamente uma pequena diáspora baiana na capital do país, gente que terminaria por se identificar com a nova cidade onde nascem seus descendentes, e que, naqueles tempos de transição, desempenharia notável papel na reorganização do Rio de Janeiro.

Tia Ciata, Foi a mais famosa das tias baianas (na maioria iyalorixás do Candomblé que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais) do início do século, eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século XIX e na primeira do século XX para morar na região da Cidade Nova, do Catumbi, Gamboa, Santo Cristo e arredores.

Logo na chegada ao Rio de Janeiro, conheceu Norberto da Rocha Guimarães, envolvendo-se com ele, então, e acabou ficando grávida de sua primeira filha lhe dando o nome de Isabel.

Era na comida que ela expressava suas convicções religiosas, ou seja, a sua fé no candomblé. Religião proibida e perseguida naqueles tempos. Ia para o ponto de venda com sua roupa de baiana uma saia rodada e bem engomada, turbante e diversos colares (guias ou fio-de-contas) e pulseiras sempre na cor do orixá que iria homenagear.

O tabuleiro era famoso e farto, repleto de bolos e manjares que faziam a alegria dos transeuntes de todas as classes sociais.


Grande cozinheira e doceira, Tia Ciata, alugavam as roupas de baiana para os teatros para que fossem usados como figurinos de peça e para o Carnaval dos clubes.

Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. Com este comércio, muita gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, ia à casa da baiana e passando assim a freqüentar as suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas com seus orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.

Mas não para por ai, muitas baianas celebres mantem o habito de deliciosos pratos na epoca do carnaval, mulheres como Alaide do Feijao, Dona Zuzu e tantas outras sabem da importancia que a boa comida é um ingrediente essencial nos encontros de sambistas. Por conta da ancestralidade da culinária afro-brasileira, o resultado é um cardápio substancioso: feijoada, rabada, sarapatel, mocotó, galinhaao molho pardo, e tantas outras deliciosas iguarias, que sao o grande aporte destas mulheres e sua cultura, ao sabor brasileiro.

16.02.2015

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