Pequeno Dicionario de Cozinha Baiana

Verbete-B Bolo de Aipim 
O bolo de Aipim, grafia usada na cultura baiana, faz parte do grande acervo da doçaria nordestina. 
A origem da mandioca ainda é controversa, alguns acreditam que a mandioca teria sua origem nas Américas Central e do Sul e outros crêem que sua origem estaria no cerrado brasileiro e posteriormente alcançado a Amazônia.

Com sua textura cremosa e sabor suave a leite de coco, o Bolo de Aipim é presença marcante nas festas Juninas.

Bolo 
Para compreender a importância desta iguaria em nossa mesa, ha que se fazer uma referência ao latim, provem de "Bulla" em referência à bolha de ar que surge na superfície da água, pondo em evidência a forma esférica. 

O bolo, em geral, tem esse feitio e formato,algo que sufla em temperatura quente, enquanto à bolacha (o sufixo -acha mostra o pequeno tamanho da bola) é um biscoito de forma achatada, arredondada. 

No nordeste podemos encontrar o Bolo de Aipim em vários formatos, o mais comum é a utilização de formas aredondadas com um furo no meio, em outras regiões, em tabuleiros e assadeiras.

Voltando à Mandioca, de nome científico Manihot esculenta, possui muitos sinônimos, usados em diferentes regiões, tais como aipi, aipim, aimpim, candinga, castelinha, macamba, macaxeira, macaxera, mandioca-brava, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, moogo, mucamba, pão-da-américa, pão-de-pobre, pau-de-farinha, pau-farinha, tapioca, uaipi, xagala, yuca. 

Existem diversas espécies da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). 

Muitos pesquisadores acreditam que a mandioca teve sua origem nas tribos Tupis, mas essa pode não ser a versão mais correta, outros relacionam este arbusto a cultura Andina, mas o mais importante foi a perfeita adaptação em nossas terras.


Como a palavra Mani é de origem Aruak (povos originários do alto amazonas, litoral equatoriano e planícies venezuelanas), e esses eram exímios agricultores,
principalmente no cultivo da mandioca, é possível presumir que os Tupis tenham aprendido com eles como cultivar essa planta. 
Por sua provável origem, a mandioca caracteriza-se por ser um produto brasileiro e tem relevante importância na cultura e alimentação brasileira. 


Segundo Câmara Cascudo (História da Alimentação no Brasil) “todos os pratos nacionais são resultantes de experiências construídas lentamente, fundamentadas na observação e no paladar. 


Maneiras de preparar a comida, receitas, utensílios empregados, tudo mesclou-se e adaptou-se às possibilidades do meio. Heranças ameríndias, bem como africanas, transformaram-se, ajustaram-se ao tempero e ao sabor portugueses, às exigências dos utensílios da cozinha européia, ao fogão, ao forno. 
Inúmeros pratos conservam, ainda, nome indígena ou africano; mas quase nada existe de autentico na substância real. 
Quanto a outras influências, observa o autor citado: “…houve um processo da aculturação continuo na cozinha brasileira que ainda não terminou, pois está sendo enriquecido por inúmeros grupos migratórios”.

Para o antropólogo,  Vivaldo da Costa Lima (2010): 

Não apenas um ingrediente básico identifica a origem de uma comida num país pluriétnico como o Brasil mas também as técnicas de preparo; as situações sociais, portanto, culturais, em que a comida é servida; a frequência e outras circunstâncias indicadoras de sua proveniência; a gama auxiliar dos condimentos, do uso prescritivo dos temperos; e, naturalmente, a nomenclatura dos ingredientes e dos pratos elaborados. (2010, p. 146)  



Quando os colonizadores portugueses chegaram ao nosso país, logo perceberam que a mandioca era um alimento importante entre os nativos graças ao seu farto valor nutricional. 
Muito das contribuições dos indígenas e do africano que chegaram como escravos ao nosso pais, desde o século XVI, transformou a nossa culinária, ajustando-se ao sabor e definindo sua originalidade ao tempero português, as exigências da aparelhagem cozinheira européia, a grelha, o frigir, o refogar, o uso do sal e a utilização do açúcar, as sopas verdadeiras, aos cozidos legítimos, ao fogão, ao forno de abóbada, foram os pontos de partida para o delinear da nossa mesa. 
O termo Aipim, tem origem tupi ai’pi "De raiz enxuta, mandioca mansa" em outra citação podemos encontrar para o termo "ai'pi", "algo que brota do fundo." 

No Brasil, possui muitos nomes, usados em diferentes regiões, tais como: No Sul e Sudeste é conhecido como mandioca, Norte e Nordeste é macaxeira ou aipim. 
No Rio de Janeiro você também encontra como aipim. 

As raízes da mandioca eram utilizadas para fazer vários tipos de alimentos, dessa forma, a mandioca se tornou base da dieta alimentar do brasileiro. 
Com o tempo, vários subprodutos da mandioca começaram a ser consumidos, como a farinha de mandioca. 
O alimento foi muito consumido nas expedições dos bandeirantes paulistas. 
A origem do nome mandioca (manioca) seria de uma lenda Tupinambá sobre a deusa Mani, de pele branca, que encontrou sua morada (oca) na raiz desta planta. 

Apesar de freqüente em países da África e da Ásia, para onde foram levadas pelos colonizadores ibéricos, o hábito de utilizar as folhas da planta para alimentação, no Norte e Nordeste do nosso pais. 
Em África é comum consumir-se, além da raiz, também as folhas jovens em forma de esparregado.
Na Bahia e no Pará,  esta preparação recebe o nome de Maniçoba. 
Em Moçambique, estas são piladas (moídas no pilão), juntamente com alho e a própria farinha seca da raiz e depois cozinhada normalmente com um marisco (caranguejo ou camarão); esta comida se chama "matapa" e é uma das mais populares da culinária moçambicana. Em Angola este esparregado é conhecido como "kissaca". 

Bolo de Aipim


Ingredientes:

4 ovos 2 xícaras (chá) de açúcar
½ xícara (chá) de manteiga 
800 g de mandioca sem casca ralada 
2 xícaras (chá) de coco fresco ralado 
½ xícara (chá) de leite 


Modo de preparar: 

Junte todos os ingredientes em uma bacia, mexa na mão com uma colher 
Não usar liquidificador, nem batedeira 
Essa receita não vai o fermento em pó Untar forma com margarina, pequena ou média de furo no meio Assar em forno pré-aquecido, a 230ºC, por uns 40 minutos.

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