11 Invulgares Frutas da Mata Atlântica

Muito antes da ideia de “preservação ambiental” surgir como pauta moderna, o Brasil já contava com registros legais que tocavam indiretamente a proteção da natureza. As Ordenações Manuelinas, conjunto de leis promulgado por D. Manuel I no século XVI, são consideradas o primeiro marco jurídico com implicações ambientais no território brasileiro. Embora não tivessem uma seção específica dedicada ao meio ambiente, essas ordenações abordavam diversas áreas do Direito, incluindo normas sobre o uso e manejo de recursos naturais, como as florestas e os rios.

Nesse contexto histórico e ambiental, torna-se ainda mais fascinante olhar para as riquezas naturais da Mata Atlântica — como suas frutas nativas, muitas vezes esquecidas ou pouco conhecidas fora de seus territórios originais. A seguir, apresentamos 11 frutas invulgares da Mata Atlântica, que resistem no tempo como símbolo da biodiversidade e da cultura alimentar brasileira.
As Ordenações Manuelinas, traçaram o que é considerado hoje o primeiro pedaço de legislação ambiental do Brasil. Ordenadas por D. Manuel I. 
O código versava sobre todas as áreas do Direito, com as partes sobre meio ambiente espalhadas ao longo do texto, sem uma sessão específica. 

Ainda assim, é de se admirar os pontos tratados no documento (para a época, claro) – como a proibição da caça de determinados animais com instrumentos capazes de lhes causar dor e sofrimento; a restrição da caça em determinadas áreas e a proibição do corte de árvores frutíferas, com a atribuição de severas penalidades e multas para o infrator. 
 As coisas mudaram, obviamente, a Mata Atlântica, que abrange toda a costa nordeste, sul e sudeste do Brasil e é uma das áreas mais ricas em biodiversidade do planeta, já teve cerca de 93% de suas extensão desmatada. Infelizmente, com a devastação foi-se também um conhecimento que deveria fazer parte da vida de mais de 70% da população brasileira que habita a faixa de Mata Atlântica. Conheça agora algumas das frutas mais comuns da nossa incrível Mata Atlântica (e, se possível, empolgue-se o bastante para cultivá-las!):

Cabeludinha: 
Também chamada de Café cabeludo, Fruta cabeluda, Jabuticaba amarela, Peludinha e Vassourinha da praia. 
A árvore é ornamental e ideal para arborização urbana. E, olha só, é fácil encontrar mudas para cultivar! 

Cereja do Rio Grande: 
Também conhecida por Cerejeira-da-terra, Cerejeira-do-mato, Guaibajaí, Ibá-rapiroca, Ibajaí, Ibárapiroca, Ivaí e Ubajaí, a cereja-do-rio-grande dá numa árvore absolutamente linda (que ficaria mais linda ainda na sua calçada). 

Ameixa da Mata:
Mais encontrada na faixa de Mata Atlântica litorânea entre o Rio de Janeiro e a Bahia, a ameixa da mata é pequenininha, mas carnuda e com sabor agridoce. A árvore é um espetáculo à parte, com tronco avermelhado e copa que alcança até 6 metros de altura. 
Você vai ter que se empenhar para encontrá-la.

Pitangatuba Típica da restinga do estado do Rio de Janeiro, a pitangatuba é daquelas frutas docinhas e azedinhas ao mesmo tempo, e dá em uma ‘árvore’ tipo arbusto. 
O incrível da pitangatuba, além do gosto excepcional (que não carrega aquele amarguinho característico da pitanga), é o tamanho – algumas podem alcançar até 7cm – e a sua suculência, dado que ela só tem uma semente bem pequenininha no meio de um monte de polpa. 
Muito adaptável, pode ser plantada em pomares, vasos e jardineiras, sem problemas. Infelizmente, a pitangatuba é extremamente rara na natureza, mas se você encontrar uma mudinha para cultivar, prepare-se para colher os frutos na primavera. 

Araçá:
Mais conhecido, o araçá dá também em um arbusto – ideal para jardins residenciais. 
É bastante comum no litoral de São Paulo, por isso fique de olho durante as férias de fim de ano, pois ela frutifica no verão. 

Cambuci:

Cambucá: 
Como a jabuticaba, o cambucá dá direto no tronco da árvore e sua polpa também tem que ser sugada da casca. 

Uvaia:
Encontrada principalmente nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, a uvaia é uma fruta azedinha que pode ser consumida in natura (para quem gosta de coisas azedas – *salivando*) ou em sucos e compotas. Sua árvore é bastante utilizada em projetos de reflorestamento, pois a uvaia atrai muitos passarinhos, que espalham as suas sementes. 
É uma fruta saborosa e azedinha, rica em vitamina C, que lota o pé entre os meses de dezembro e maio. Além de consumida in natura, é bastante utilizada em sucos, sorvetes e licores. 

Grumixama:
Parecida com a cereja-do-rio-grande, a grumixama é uma frutinha arroxeada e suculenta que dá na primavera. 
Quem mora em São Paulo, pode ver dois pés enormes na frente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Cambuí Nome de bairro, em Campinas, e de cidade, em Minas Gerais, o cambuí é uma fruta roxa, vermelha ou amarela saborosa a perfumada que lota os pés durante o mês de janeiro. Sua árvore é muito bonita e bastante delicada, levando bastante tempo para crescer – o que a coloca em risco.

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