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Durante uma expedição à Floresta Amazônica equatoriana, no Parque Nacional de Yasuni, pesquisadores da Universidade de Yale descobriram fungos endófitos — organismos que vivem dentro de plantas — com uma habilidade surpreendente: degradar poliuretano, um dos plásticos mais resistentes à decomposição.

Entre os fungos isolados, o que mais chamou a atenção foi o Pestalotiopsis microspora, que demonstrou a impressionante capacidade de consumir plástico mesmo em ambientes sem oxigênio, como as camadas profundas de aterros sanitários.

Publicado na revista Applied and Environmental Microbiology, o estudo revelou que algumas cepas de Pestalotiopsis microspora conseguiram degradar totalmente o poliuretano em placas de cultura, utilizando o material como única fonte de carbono. O processo acontece graças à ação de enzimas, como as serina-hidrolases, que quebram as cadeias do polímero em moléculas menores, que o fungo consegue absorver e metabolizar.

A descoberta abre caminho para o uso do fungo em projetos de biorremediação, especialmente em locais onde a decomposição natural do plástico é extremamente lenta ou inexistente. Apesar do enorme potencial, ainda são necessários testes em escala industrial para comprovar a viabilidade da aplicação fora do ambiente controlado de laboratório. Mesmo assim, o Pestalotiopsis microspora já desponta como um aliado promissor na luta contra a poluição plástica global.

🧬 Contexto e Descoberta

Isolamento: Duas cepas de Pestalotiopsis microspora (E2712A e E3317B) foram identificadas durante a expedição da Universidade de Yale à Floresta Amazônica no Parque Nacional Yasuní, no Equador, como parte do curso Rainforest Expedition and Laboratory, liderado por Scott Strobel .

Publicação oficial: O estudo foi publicado na revista Applied and Environmental Microbiology em setembro de 2011 (com versão eletrônica em julho) .

🔬 Capacidade de Degradação do Poliuretano

Fonte única de carbono: As cepas mencionadas cresceram utilizando poliuretano (PUR) — em forma sólida ou em suspensão — como única fonte de carbono, tanto em ambientes aeróbicos quanto anaeróbicos .

Eficiência notável: Em ensaios de 16 dias, esses fungos degradaram completamente o PUR em placas de cultura, apresentando um tempo de meia-vida aproximado de 5 dias em média.

Degradação anaeróbica: O fungo E2712A desempenhou igualmente bem em cenários com e sem oxigênio — prova de sua capacidade de degradação em camadas profundas de aterros sanitários.

🧪 Mecanismo Enzimático

Enzimas extracelulares: A degradação é facilitada por enzimas secretadas fora da célula, identificadas como serina-hidrolases com peso molecular em torno de 21 kDa .

Prova através de inibição: Quando o inibidor PMSF (que bloqueia serina-hidrolases) foi adicionado ao extrato fúngico, a biodegradação foi inibida — evidência clara da participação dessas enzimas.

🌍 Relevância para a Biorremediação

Aplicação em aterros: A habilidade de atuar sem oxigênio torna o fungo promissor para degradação profunda em lixões, onde a decomposição natural é muito lenta .

Potencial industrial: O próximo passo são estudos em larga escala (biorreatores, pilot plants) para verificar desempenho em condições industriais, além de investigar estabilidade, produção enzimática e custos .

Desafios futuros: Intensificar a produção da enzima purificada e estabilizada; manter ou otimizar a performance em grande escala; assegurar segurança ambiental e viabilidade econômica.

📚 Fontes confiáveis

Tipo de Fonte Conteúdo

Artigo científico original "Biodegradation of polyester polyurethane by endophytic fungi" — Applied and Environmental Microbiology (2011), por Russell et al. .

Repositório PMC Texto completo do estudo com dados experimentais .

Divulgação da Yale Alumni Magazine Relato popular da descoberta .

Sites de ciência e notícias ambientais Mongabay, ZME Science, Lifecykel, etc. .

Wikipedia Resumo sólido com referências científicas.

✅ Conclusão

A descoberta do fungo Pestalotiopsis microspora representa um avanço inovador no campo da biorremediação de plásticos. Sua capacidade única de degradar poliuretano mesmo sem oxigênio o torna ideal para aplicações em aterros. Embora promissor, ainda falta desenvolver métodos viáveis em escala industrial, garantir a produção em massa da enzima e validar a segurança ambiental. Ainda assim, trata-se de um passo significativo rumo a soluções naturais para a poluição plástica!


Com informações da revista Applied and Environmental Microbiology


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