SÉRIE PESQUISADORES JAIME SODRÉ

Jaime Santana Sodré Pereira nasceu em Salvador, a 19 de fevereiro de 1947 e faleceu 06 de Agosto de 2020.

Desde muito cedo, transitava pelas ruas de sua cidade natal, familiarizando-se com a diversidade cultural que esta apresentava.

A convivência com a diversidade marcou sua infância. Segundo o escritor, nas vizinhanças de sua residência no bairro de Santo Antônio, morava uma família árabe e outra judia que, durante o mês de setembro, disputavam quem fazia o maior caruru da região.


Jaime Sodré fala sobre a tradição do Caruru de Cosme e Damião 

Jaime Sodré é diplomado pela Escola de Belas Artes da UFBA, onde concluiu o curso de Licenciatura em Desenho, no ano de 1975. Concluiu Mestrado em Teoria e História da Arte, com trabalho sobre a influência da religião afro-brasileira na obra escultórica de Mestre Didi.

Lecionou na UNEB e CEFET disciplinas ligadas às áreas de desenho, produção gráfica e design.
O educador, escritor e designer Jaime Sodré tem diversos prêmios nos campos das Artes Plásticas e da Música. Fez parte do Conselho Consultivo do Olodum gestão 1998-2000. Cursou doutorado na UFBA com a pesquisa “A imprensa e o candomblé: informação e desinformação”.

Em sua trajetória, Sodré ganhou diversos prêmios, como o 2º lugar no Prêmio Funarte (2003) e o troféu Caboclo da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (2005), além de homenagens como a medalha Zumbi dos Palmares, da Câmara Municipal de Salvador.


O historiador também fez parte do Conselho do Olodum, entre 1990 e 2000. Já em 2012, participou da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), na mesa “A diáspora e seu avesso”, mediada por Jorge Portugal, que faleceu 03 de Agosto de 2020.

PUBLICAÇÕES

Obra individual

As histórias de Lokoirokotempo: candomblé, uma história para qualquer idade. Edição bilíngüe. Salvador: Edição do Autor, 1995.

O dia que mataram Papai Noel. [S.l.]: [s.n.], [s.d.]

1835: Alufá Licutan confessa. Sobre a revolta dos Malês, inédito. (peça de teatro)

Coautoria /Antologias

Da cor da noite. Coautoria com Nivalda Costa. Salvador: UFBA, 1983. (poemas dramáticos).

Quilombo de palavras. Organização de Jônatas Conceição e Lindinalva Amaro Barbosa. 2 ed. Salvador: CEAO, 2000.

Para rasgar um silêncio. Organização de Nivalda Costa. Salvador: CEAO, s/d.

Não-ficção

Manuel Querino: um herói da raça e classe. Edição bilíngüe. Salvador: Ed. do Autor, 2001.

A influência da religião afro-brasileira na obra escultórica de Mestre Didi. Salvador: EDUFBA, 2006.

Ialorixá, o poder feminino. In: Faimará – o caçador que traz alegria: Mãe Stela, 50 anos de iniciação. Organização de Cleo Martins e Raul Lody. Rio de janeiro: Pallas, 2007.

Negritude e ONGs. In: O impacto social das ONGs no Brasil. Organização da ABONG – Associação brasileira das ONGs. Salvador: S/E, 2004.

Antologias

Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica. Organização de Eduardo de Assis Duarte. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011, vol. 2, Consolidação.


O design da alma - o legado do axé dos mestres e mestras dos saberes e fazeres afro-brasileiro

Jaime Sodré

Doutorando em História Social.

Professor do Curso de Desenho Industrial da Universidade do Estado da Bahia.

Professor do CEFET-Ba nos cursos de Engenharia Elétrica e Mecânica.

Doutorando em História Social.

A marca da diversidade nos favorece, somos misturas, uma espécie de uni-diversos, que destaca faces visíveis segundo a reivindicação pessoal, em nosso caso, a evidência seria a vertente afro-brasileira. Se este acervo africano, sobrevivente e adaptado, tem nos favorecido nos mais amplos campos da atividade brasileira, com resultados fantásticos, no campo do design esta herança se efetiva nas ações dos “Mestres e Mestras dos Saberes e dos Fazeres”.

Um pensamento, em um longo processo de superação, estabelecia uma postura de privilégios para determinados grupos sociais em setores do desenvolvimento humano, com uma postura determinista. 

Entendiam aqueles a absoluta impossibilidade dos povos africanos e da diáspora terem potenciais capacidades para atuar nos mais diversos campos das atividades humanas. 

Claro que é uma descabida inverdade tais afirmações, portanto também no campo do design há lugar para uma abordagem, que leve em conta matrizes de base africana e/ou afro-

brasileira, absolutamente adequada a este campo, acrescentando uma especial particularidade neste âmbito.

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