Patrimônio Imaterial, Porque Ignoramos sua importância?
Ha alimentos que faz parte do nosso cotidiano, comida tem cheiro, tem memoria, tem cor, sabor, tem corpo físico, um patrimônio imaterial, que nos representa.
A materialidade de certas comidas, transcendem sua importância enquanto puramente alimentos, sendo mesmo referencias estéticas, religiosas, uma de formas de relaciona-se com o mundo, definem nossa cordialidade e nossos hábitos de comensalidade, são símbolos culturais que demonstram valores civilizatórios.
É assim com o Acarajé, o mais famoso bolinho da culinária baiana, foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio nacional, em decisão foi tomada pelo Conselho Consultivo do Iphan.
Muitas são as causas ao ignorar estes símbolos, mas quero me deter no caso do Acarajé, que traz a polemica novamente a baila, com o pedido de desculpas da apresentadora Ana Maria Braga, quando do prepara que um croquete de milho, afirmou que a receita se tratava do famosos bolinho baiano.
O desconhecimento da apresentadora, poderia se referir a qualquer traço da nossa cultura, nossos valores musicais, artísticos, históricos, criações científicas e tecnológicas nada esta livre da ignorância e do pouco interesse que desperta no brasileiro, sua própria cultura.
Esta atitude acrítica, que para muitas pessoas pode soar estranha e banal, tem um sentido pedagógico, no respeito principalmente as religiões de matriz africana, que vem sofrendo nos últimos anos alvo de intolerância, crimes e perseguições.
Afinal de contas, para que um povo necessita de patrimônios, se eles não são representativos ou legitimadores das suas conquistas, das suas lutas, e valorizam a criatividade destes povos?
Podemos considerar o patrimônio, como um legado, uma herança deixada para a posteridade, neste sentido, ha um verdadeiro descaso ao patrimônio no Brasil, somos um povo que não entende a importância da representação dos seus símbolos, o que compromete em essência a cultura de preservar.
Ha um certo descaso quando falamos da comida como um elo cultural, muitos relativizam dizendo ser uma polemica estéril , que não merece perder tempo em maiores analises, muitos não compreendem a importância do alimento, como uma prática que vai além do simples ato de se alimentar, e como a construção de uma identidade específica, própria de cada grupo social.
Na verdade, por traz desse discurso se escondem uma perversa realidade, o desconhecimento ou o pouco caso sobre o que é verdadeiramente produzido pelo povo de forma coletiva, e que tem impacto nas representações e organizações sociais.
Tal forma de pensar, refletem o atraso e o descaso com a cultura, e como vem sendo conduzida esse complexo sistema ultimamente em nosso pais.
Muito destes monumentos sofrem descaso e vandalismo, pois não refletem verdadeiramente causas que dizem respeito as comunidades, são atos meramente políticos, criados de forma unilateral, a prestigiar personagens autoritários, opressores, e sofrem uma reação de ativistas que questionam a historia oficial.
Não são legítimos patrimônios, nesse contexto, portanto, das lutas contra as desigualdades, muito pelo contrario, atualizam o colonialismo e o desrespeito as vítimas, esse tipo de ativismo voltadas ao patrimônio se constituem e se organizam, em contra posição á esse grupo seleto, de mantenedores dos seus interesses e valores de negação á liberdade e a autonomia dos povos.
Por fim, a apresentadora Ana Maria Braga, que tem um compromisso com milhões de espectadores, faz o que deveria ter feito, desculpa-se de ignorar o que para alguns não faz sentido, mas para muitas pessoas tem significativa importância, em reconhecer seu erro e retrata-se.
Esse é um dos motivos pelos quais conseguimos viver socialmente, essa é uma forma de manter relações, e fazer ver a todos os que a acompanham, a importância e o valor do nosso patrimônio alimentar.
#elcocineroloko
A materialidade de certas comidas, transcendem sua importância enquanto puramente alimentos, sendo mesmo referencias estéticas, religiosas, uma de formas de relaciona-se com o mundo, definem nossa cordialidade e nossos hábitos de comensalidade, são símbolos culturais que demonstram valores civilizatórios.
É assim com o Acarajé, o mais famoso bolinho da culinária baiana, foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio nacional, em decisão foi tomada pelo Conselho Consultivo do Iphan.
Muitas são as causas ao ignorar estes símbolos, mas quero me deter no caso do Acarajé, que traz a polemica novamente a baila, com o pedido de desculpas da apresentadora Ana Maria Braga, quando do prepara que um croquete de milho, afirmou que a receita se tratava do famosos bolinho baiano.
O desconhecimento da apresentadora, poderia se referir a qualquer traço da nossa cultura, nossos valores musicais, artísticos, históricos, criações científicas e tecnológicas nada esta livre da ignorância e do pouco interesse que desperta no brasileiro, sua própria cultura.
Esta atitude acrítica, que para muitas pessoas pode soar estranha e banal, tem um sentido pedagógico, no respeito principalmente as religiões de matriz africana, que vem sofrendo nos últimos anos alvo de intolerância, crimes e perseguições.
Afinal de contas, para que um povo necessita de patrimônios, se eles não são representativos ou legitimadores das suas conquistas, das suas lutas, e valorizam a criatividade destes povos?
Podemos considerar o patrimônio, como um legado, uma herança deixada para a posteridade, neste sentido, ha um verdadeiro descaso ao patrimônio no Brasil, somos um povo que não entende a importância da representação dos seus símbolos, o que compromete em essência a cultura de preservar.
Ha um certo descaso quando falamos da comida como um elo cultural, muitos relativizam dizendo ser uma polemica estéril , que não merece perder tempo em maiores analises, muitos não compreendem a importância do alimento, como uma prática que vai além do simples ato de se alimentar, e como a construção de uma identidade específica, própria de cada grupo social.
Na verdade, por traz desse discurso se escondem uma perversa realidade, o desconhecimento ou o pouco caso sobre o que é verdadeiramente produzido pelo povo de forma coletiva, e que tem impacto nas representações e organizações sociais.
Tal forma de pensar, refletem o atraso e o descaso com a cultura, e como vem sendo conduzida esse complexo sistema ultimamente em nosso pais.
Muito destes monumentos sofrem descaso e vandalismo, pois não refletem verdadeiramente causas que dizem respeito as comunidades, são atos meramente políticos, criados de forma unilateral, a prestigiar personagens autoritários, opressores, e sofrem uma reação de ativistas que questionam a historia oficial.
Não são legítimos patrimônios, nesse contexto, portanto, das lutas contra as desigualdades, muito pelo contrario, atualizam o colonialismo e o desrespeito as vítimas, esse tipo de ativismo voltadas ao patrimônio se constituem e se organizam, em contra posição á esse grupo seleto, de mantenedores dos seus interesses e valores de negação á liberdade e a autonomia dos povos.
Por fim, a apresentadora Ana Maria Braga, que tem um compromisso com milhões de espectadores, faz o que deveria ter feito, desculpa-se de ignorar o que para alguns não faz sentido, mas para muitas pessoas tem significativa importância, em reconhecer seu erro e retrata-se.
Esse é um dos motivos pelos quais conseguimos viver socialmente, essa é uma forma de manter relações, e fazer ver a todos os que a acompanham, a importância e o valor do nosso patrimônio alimentar.
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